O poder de compra dos trabalhadores sem carteira assinada é o mais baixo. Quase metade desses trabalhadores recebe até um salário mínimo, enquanto entre os trabalhadores com carteira assinada essa proporção não chega a 10%. A baixa cobertura é maior na Região Norte e, principalmente, no Nordeste.
Enquanto em São Paulo ou no Distrito Federal o salário médio é cinco vezes maior que o salário mínimo, em alguns estados do Norte ou do Nordeste não chega a duas vezes. Essas diferenças mostram impactos diferenciados sobre a informalidade, o grau de cobertura do salário mínimo e a própria taxa de desemprego.
O estudo do Ministério da Fazenda considera que, da mesma forma que é importante discutir o grau de cobertura do salário mínimo (e não apenas o seu valor a cada ano), é fundamental entender que outros fatores - além do salário - influem no bem-estar social das famílias. Investimentos em educação e saúde, bem como em infra-estrutura básica, melhoram o bem-estar da população. Nos últimos anos, os dados mostram melhoria nas condições de vida da população mais pobre como resultado dos investimentos do governo em diversas áreas.
A medida mais adequada para medir a renda, pelo estudo do Ministério da Fazenda, não é o salário nem, em particular, o salário mínimo, mas sim a renda familiar per capita, isto é, a renda da família dividida pelo número de integrantes. Essa medida leva em consideração alterações demográficas (como a redução no número de filhos) e mudanças estruturais no mercado de trabalho, como o crescimento da participação das mulheres na força de trabalho.