O volume de passageiros transportados na aviação civil registrou aumento de 11,9% em 2004 em comparação a 2003. O resultado foi o melhor dos últimos três anos e mostra que o setor, mesmo sob crise, tem perspectivas de crescer. Segundo Ronaldo Jenkins, assessor da presidência do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA, com sede no Rio de Janeiro), o principal fator responsável pelo crescimento foi a retomada da economia brasileira.
- A aviação é um reflexo da economia do país. Se a economia tem um incremento, a aviação tem também. Esses 12% são, mais ou menos, o dobro do crescimento que houve no PIB (Produto Interno Bruto)", afirma Jenkins.
O aumento do tráfego aéreo no ano passado também se deve à retração ocorrida em 2003, quando o setor apresentou queda de 6%. - O desempenho de 2003 foi muito ruim. Então, em 2004 nós estamos recuperando as perdas que tivemos - diz Jenkins. As linhas domésticas registraram um aumento de 11,7% no volume médio de passageiros transportados, enquanto as linhas internacionais cresceram 12,2%.
A taxa de ocupação dos vôos também aumentou no ano passado e registrou uma média de 66% nas rotas domésticas e de 76% nas internacionais. - É uma média satisfatória. Logicamente, ela pode e deve crescer. Nós devemos procurar patamares superiores a 70%, que seria o nível para bons resultados - afirma o assessor.
Porém, o crescimento registrado não significa que as empresas aéreas, que passam por problemas financeiros, poderão driblar a crise. Segundo Jenkins, o crescimento do tráfego aéreo traz maior receita às empresas, mas não necessariamente um maior lucro, já que os resultados vão depender dos custos dessas empresas. No entanto, ele afirma que mesmo com a crise por que passa a aviação mundial, algumas atividades não apresentaram déficit.
- Nós tivemos empresas aéreas com resultados expressivos em 2004 e outras mais antigas, com um passivo grande, que não tiveram esses resultados. Mas as empresas mais jovens, mais modernas, que não tem esse passivo anterior, tiveram bons resultados - afirma.
A perspectiva para este ano é de continuidade do crescimento na aviação doméstica. Para o SNEA, haverá um aumento de 8% no volume de passageiros transportados. A previsão baseia-se na estimativa de crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de bens e serviços produzidos no país). Habitualmente, segundo o sindicato, o transporte aéreo registra duas vezes o aumento do índice do PIB.