O Tesouro Nacional concedeu mandado nesta terça-feira para emissão de bônus da República, em dólares, com vencimento em 2037. O comunicado, porém, não informa os nomes dos agentes financeiros internacionais responsáveis pela operação, embora analistas de mercado creiam que o Deutch Bank e o UBS devam manter a carteira de papéis. É a primeira captação de recursos externos do ano, aproveitando a queda do risco-Brasil, que ontem registrou 284 pontos básicos sobre os títulos do Tesouro norte-americano. Foi o patamar mais baixo da história, e abre espaço favorável para novas captações, pois quanto mais baixo o risco, mais baratos os juros cobrados na emissão.
Na última captação, em 29 de novembro do ano passado, numa operação comandada pelos bancos Merril Lynch e Barclays Capital, foram negociados US$ 500 milhões em bônus com vencimento em 2034, a juros de 8,311% ao ano para os investidores. Foi o custo mais baixo entre as dez captações realizadas no ano. Neste momento, as condições de confiança dos investidores externos são ainda mais favoráveis.
O Tesouro Nacional estima que seja necessário captar US$ 9 bilhões no mercado externo, para o ajuste das contas públicas de 2006 e 2007. Dessa previsão, o Tesouro antecipou a captação de US$ 3,5 bilhões no ano passado.
Altos lucros
Na noite desta segunda-feira (horário de Brasília), os bancos líderes da operação, Deutsche Bank e UBS, disseram em email enviado a potenciais investidores que o Brasil estabeleceu um rendimento indicativo de 295 pontos-básicos acima dos títulos de referência do Tesouro norte-americano. Na última emissão, feita em 29 de novembro, o Brasil captou 500 milhões de dólares, elevando para 3,5 bilhões de dólares o total de recursos levantados para financiar os vencimentos da dívida externa de 2006-2007.
A meta total para o biênio é de US$ 9 bilhões, para rolar 80% dos vencimentos.
Dívida
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, participaram de reunião-almoço, no ministério. Em pauta, entre outros assuntos, o pagamento da dívida brasileira com o FMI. O encontro de trabalho foi antecedido de uma visita do representante do FMI à sede do Banco Central, quando se encontrarou com o presidente da instituição, Henrique Meirelles. À tarde, depois de ser recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rato concedeu entrevista coletiva no Ministério da Fazenda. O ministro Antônio Palocci e o secretário-executivo do ministério, Murilo Portugal, acompanharam o encontro com a imprensa.