Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Terremotos deixaram quase 100 mil japoneses sem abrigo

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Quinta, 28 de Outubro de 2004 às 05:38, por: CdB

As equipes de resgate que salvaram um menino soterrado por quatro dias depois do recente terremoto no Japão não conseguiram repetir o milagre com a irmã dele nesta quinta-feira. Enquanto isso, cerca de 100 mil pessoas continuam em abrigos improvisados no país.

As equipes trabalharam durante a noite, enfrentando tremores secundários, para tentar libertar Mayu Minagawa, de três anos, do enorme deslizamento de terra que enterrou o carro da família. Não foram detectados sinais de vida. Um autoridade do governo local confirmou depois que ela estava morta.

Nesta quarta-feira, seu irmão Yuta foi retirado de dentro da minivan da família, vestindo apenas camiseta e fralda. A mãe deles, Takako, 39, aparentemente teve morte instantânea. O resgate de Yuta foi uma das poucas boas notícias no Japão desde o terremoto de sábado e da onda de outros tremores, que mataram pelo menos 34 pessoas, deixaram mais de 3.400 feridos e provocaram a fuga de 98 mil na região rural de Niigata, 250 km ao norte de Tóquio.

A televisão repetiu nesta quinta-feira as cenas dramáticas do garoto sendo levado para o hospital, onde encontrou o pai, Manabu, de 37 anos, que estava trabalhando em Tóquio no momento do terremoto. Ao ser perguntado sobre o que comeu durante a tragédia, o garoto, que está com desidratação e hipotermia, disse: "Leite."

O tremor de 6,8 foi o mais letal do Japão desde 1995, quando um abalo de magnitude 7,3 matou mais de 6.400 pessoas na cidade de Kobe. Especialistas disseram que as autoridades aprenderam com o terremoto de Kobe e desta vez responderam com mais rapidez à tragédia.

Muitas pessoas estão com medo de voltar para casa, já que tremores menores continuam atingindo a região montanhosa de produção de arroz. Pelo menos 130 pessoas ficaram feridas em um tremor de 6,1 na quarta-feira.

Na cidade de Ojiya, a coleta de lixo foi retomada em algumas áreas, mas os abrigos públicos permanecem cheios. O inverno se aproxima na região, e autoridades temem que não haverá tempo para fornecer moradia provisória para os desabrigados. A eletricidade voltou a ser fornecida a quase todas casas atingidas, mas 37 mil pessoas ainda estão sem água e 54 mil, sem gás, disse a NHK.

A magnitude dos terremotos foi medida por uma técnica similar à escala Richter, mas ajustada para as características geológicas do Japão.

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