Terminou nesta terça-feira o prazo determinado pela Justiça para a saída voluntária dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocuparam as fazendas São Domingos 1 e 2, em Sandovalina, no Pontal do Paranapanema. De acordo com a oficial de justiça Zenaide Fátima Teodoro Ferreira, o pedido de reintegração de posse, deferido no dia 9, dá prazo de quatro dias para a desocupação. Caso não ocorra dentro do período estabelecido pelo juiz Francisco José Dias Gomes, do Fórum da cidade de Pirapozinho, "a retirada deverá ser forçada, contando com auxílio policial da região", diz Zenaide.
Cerca de 500 sem-terra estão acampados em três fazendas do Pontal, desde o dia 4 deste mês. Segundo a oficial de justiça Zenaide Fátima, a desocupação determinada pela Justiça refere-se apenas às fazendas São Domingos e os acampados receberam a notificação no dia 10. Não há uma decisão encaminhada quanto a Fazenda Nazaré, segundo a oficial de Justiça.
Estava prevista uma reunião para o fim da tarde, entre o juiz de Pirapozinho e o comando da Polícia Militar, "para estudarem uma solução pacífica". O sargento do 18º Batalhão da Polícia Militar de Presidente Prudente, Antônio Ricardo Prado, confirmou o encontro. Ele classificou a situação como "em aberto", ou seja, acredita na possibilidade de haver novas negociações com o MST. A mesma expectativa tem Márcio Barreto, da direção estadual do Movimento, que classificou de "tranqüilo" o clima na região.
Segundo o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), ligado à Secretaria da Justiça, e da Defesa da Cidadania, as terras da fazenda São Domingos são devolutas. Mas uma ação reivindicatória, que dará ou não poder ao estado sobre essas terras, aguarda julgamento em segunda instância.