Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Tensão pré-eleitoral leva campanhas de Marina e Aécio ao desespero

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Quinta, 02 de Outubro de 2014 às 11:47, por: CdB
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Marina Silva tem elevado o tom contra Dilma
As últimas horas de uma campanha atípica, que teve a troca de um candidato por outro, no meio da corrida eleitoral, tem acirrado os nervos daqueles que, em um ainda pouco provável segundo turno, precisam lutar entre si para ver quem disputará o cargo ao qual a presidenta Dilma Rousseff busca reeleger-se. Tanto as campanhas de Marina Silva (PSB/Rede Sustentabilidade) quanto Aécio Neves (PSDB) têm demonstrado que a derrota é um fato difícil de superar. Em mais um sinal de elevação de tom em sua campanha, a candidata à presidência da República Marina Silva, do PSB, voltou a criticar, na noite passada, em São Paulo, à presidenta Dilma Rousseff, do PT, sua principal adversária na disputa pelo Palácio do Planalto. – Falta de caráter é vir em uma comunidade como essa, prometeu hospital e não cumpriu o compromisso depois de quatro anos. Isso sim é mentira. Mentira é se comprometer e não cumprir com o que se comprometeu – disse Marina, após visita pela manhã na comunidade de Paraisópolis, a maior favela da capital paulista segundo o IBGE, com 55 mil moradores. O ataque da ex-senadora seguiu em resposta a uma declaração de Dilma, na véspera, após visitar as obras do Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. – Eu acredito que errar é humano. Mentir é desvio de caráter – disparou a presidenta em resposta a Marina, que no mesmo dia, em encontro com apoiadores na Zona Oeste paulistana, havia chamado a petista de “mentirosa“ e dito se tratar de uma pessoa que “come pela boca do marqueteiro, come pela boca do assessor”. No último domingo, a presidenta revelou a mentira da adversária, que foi ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2008, que afirmou ter votado a favor da criação e da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) quando era senadora pelo PT. – A candidata Marina, nas duas oportunidades, votou ‘não’ e disse, na minha frente e de todo o Brasil, que tinha votado ‘sim’ – alfinetou Dilma. Sem 'já ganhou' Diante da tensão pré-eleitoral, prestes a liquidar a fatura no primeiro turno, o ex-presidente Lula apelou para a militância manter a luta pela candidata e alertou para nenhum petista ou aliado entrar no clima do já ganhou diante do quadro das pesquisas eleitorais cada vez mais favoráveis à presidenta Dilma. Em campanha, no Grajaú, bairro do extremo da Zona Sul paulistana, o ex-presidente cobrou, na noite passada, empenho da militância petista pela reeleição da presidenta e advertiu para não se pode dar moleza para não ser atropelado pelos adversários. Mais que isso: ele apontou o rumo não só para essa fase final da campanha do 1º turno, mas também para o futuro do novo governo, e a necessidade de recomposição do bloco político e social para sustentar os avanços que nossa sociedade reclama e conseguir fazer as reformas reivindicadas pelo país. – A gente tem que trabalhar muito. Não pode dar moleza porque se a gente pensar que já ganhou, os adversários podem atropelar a gente – disse o ex-presidente em seu alerta para ninguém, petista ou aliado, calçar salto alto nessa fase da disputa. O ex-presidente sabe como ninguém o peso e a força da militância – sempre um dos maiores trunfos do PT – que tem base social e não apenas eleitoral. "Foram os militantes que viraram essa campanha mais uma vez, a partir daquele momento em que partimos para a disputa política e a ofensiva depois da trágica e triste morte de Eduardo Campos quando sua substituta, a candidata do PSB , ex-senadora Marina Silva subia celeremente nas pesquisas", escreveu, em seu blog, nesta quinta-feira, o sociólogo e cientista político Emir Sader. "Em todos esses momentos cruciais e decisivos, sempre foi e é a militância que não falta ao PT, ao ex-presidente Lula e agora a presidenta Dilma. Que isso nos sirva de lição, então, depois das eleições e no novo governo para a mobilização das maiorias populares necessárias para fazer avançar nossas reformas começando pela política", acrescentou. Para o professor, "o caminho é esse apontado pelo ex-chefe do governo: buscar apoio no PT, nos partidos aliados, nas organizações sociais, entidades, sindicatos, movimentos populares, ONGs, dialogar com suas lideranças e personalidades e buscar construir – ou reconstruir – um bloco político e social para sustentar os avanços que nossa sociedade reclama. Sem abrir mão, em momento algum, de nosso projeto de desenvolvimento nacional, democrático e popular, que é o que leva ao crescimento econômico, com geração do emprego, de mais renda, e com inclusão social cada vez mais ampla".
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