A reportagem do Correio do Brasil apurou que, após reunião com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), Temer voltou atrás da reforma
Por Redação - de Brasília
O envolvimento de integrantes do alto escalão do governo empossado após a deposição da presidenta Dilma Rousseff (PT), após a deflagração do golpe de Estado, em curso no país, em investigações de fraude e corrupção reduziu a zero a intenção do presidente de facto, Michel Temer, de realizar a reforma ministerial prevista para os próximos dias.
A reportagem do Correio do Brasil apurou que Temer voltou atrás da decisão. Pensou bem, após reunião com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, Ele e seu chefe, citados na deleção premiada do executivo Marcelo Odebrecht, tentam evitar mais desgastes junto à base aliada.
Temer gostaria de montar uma equipe mais eficiente, mas teme as consequências de seus atos. Uma mudança, a esta altura, poderia comprometer o resultado da votação de projetos polêmicos e que retiram direitos dos trabalhadores, a exemplo das reformas da Previdência e trabalhista. Ambas estão prestes a desembarcar no Congresso.
— Reforma ministerial nunca foi objeto de discussão em que eu estivesse presente — desconversou Padilha.
Sem reforma
Temer pretendia realizar uma reforma ministerial logo após a posse dos presidentes da Câmara e do Senado. Agora, no entanto, diz que prefere não arriscar um desentendimento com a base aliada.
A reforma ministerial teria como objetivo primário se livrar dos ministros citados nas delações premiadas que seguem no âmbito da Lava Jato. Permaneceriam, no entanto, aqueles colaboradores mais próximos. Entre eles o próprio Padilha e o secretário sem pasta Wellington Moreira Franco.
Outros seis ministros de Temer foram obrigados a deixar o cargo. Estavam envolvidos em escândalos de corrupção ou nas denuncias de que o governo querer abafar a Operação Lava Jato.