O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta segunda-feira, em reunião extraordinária, elevar a taxa básica de juros da economia brasileira (a Selic) em 3 pontos percentuais, de 18% para 21% ao ano, sem adotar qualquer tipo de viés (instrumento que permite ao BC realizar mudanças nesta taxa antes das reuniões ordinárias do Copom). Na nota divulgada com a decisão, o Copom afirma: "O recente aumento dos preços e a piora das expectativas de inflação decorrentes principalmente da depreciação acentuada do câmbio levaram o Copom, em reunião extraordinária, a fixar a taxa Selic em 21% ao ano. A decisão foi por unanimidade". A última vez que o Copom elevou os juros foi em junho de 2001. O último choque de juros aconteceu em março de 1999, quando a Selic passou de 25% para 45% ao ano. Antes da reunião, o Copom já havia realizado apenas outros dois encontros extraordinários, em setembro de 1998, quando a Selic não foi alterada, e em outubro de 1997, com a taxa básica de juros passando de 20,7% para 43,4% ao ano. Esta foi a primeira reunião extra da gestão Armínio Fraga. A reunião ordinária do Copom está mantida, e irá acontecer nos próximos dias 22 e 23 de outubro (terça e quarta-feiras da semana que vem). A ata com os dados que levaram os membros do Copom a adotarem por unanimidade a alta de juros será divulgada na próxima semana, em data ainda a ser marcada. Os membros do Copom informaram que não deverá haver qualquer pronunciamento oficial sobre a decisão neste primeiro momento. A taxa Selic é utilizada no mercado para operações interbancárias de um dia e funciona como referência básicas para os juros da economia. A elevação dos juros básicos naturalmente eleva as taxas cobradas pelos bancos no crédito ao consumidor ou a empresas. Crédito mais caro no mercado significa retração do consumo e dos investimentos das empresas, conseqüentemente.
Taxa de juros sobe de 18% para 21% ao ano
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Segunda, 14 de Outubro de 2002 às 14:54, por: CdB