Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Suspeitos de genocídio em Darfur serão julgados em Haia

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Sexta, 01 de Abril de 2005 às 06:13, por: CdB

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu enviar casos de suspeitos por crimes de guerra na região sudanesa de Darfur para o Tribunal Penal Internacional (TPI), após concordar com isenções para cidadãos dos Estados Unidos.

Com isso, os norte-americanos se abstiveram da votação na noite de quinta-feira, retirando sua ameaça de vetar a medida, depois de declarar por semanas que rejeitariam qualquer iniciativa que desse legitimidade à corte com sede em Haia.

A resolução marcou a primeira vez que o conselho recomendou um caso ao TPI, que iniciou seus procedimentos um ano atrás. O tribunal é o primeiro órgão global permanente criado para julgar indivíduos acusados de genocídio, crimes de guerra e abusos contra os direitos humanos.

Onze membros do conselho da ONU votaram a favor e quatro se abstiveram. Além dos EUA, as outras abstenções foram da China e da Argélia - que se opõem a julgamentos internacionais para os sudaneses - e do Brasil, que apóia o tribunal, mas criticou as isenções exigidas pelos EUA, classificadas como contravenção dos estatutos do tribunal. Os 11 votos a favor foram da França, da Grã-Bretanha, da Rússia, da Dinamarca, da Grécia, da Argentina, de Benin, da Tanzânia, da Romênia, das Filipinas e do Japão.

O governo Bush estava na difícil posição de reverter sua forte oposição ao TPI ou de vetar uma resolução que julgaria pessoas por incêndios criminosos, assassinatos e estupros em Darfur. Washington já classificou esses atos como genocídio.

- Decidimos não nos opor à resolução por causa da necessidade da comunidade internacional de trabalhar conjuntamente para acabar com o clima de impunidade no Sudão - disse Anne Patterson, embaixadora interina dos EUA, acrescentando que  "continuamos a manter nossas firmes objeções e preocupações ao TPI".

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