"Nada simboliza tanto o fim do triunfo histórico impetuoso e inebriante da democracia liberal", diz o artigo. Segundo o jornal, enquanto os EUA faziam declarações, a Rússia atacava a cidade ocupada de Aleppo
Por Redação, com SputnikNews - de Aleppo, Moscou e Washington
Com o fim da Guerra Fria, o mundo viveu uma época de dominação do Ocidente e dos ideais capitalistas, liberal-democrata, mas esses tempos acabaram. A Rússia “regressou ao palco mundial”, escreve o diário norte-americano The Washington Post (WP). Não é preciso pensar muito em exemplos de que os EUA estão cedendo posições. “Basta só olhar para Aleppo”, destaca a edição deste domingo do WP.
"Nada simboliza tanto o fim do triunfo histórico impetuoso e inebriante da democracia liberal", diz o artigo. Segundo o jornal, enquanto os EUA faziam declarações, a Rússia atacava a cidade ocupada. Moscou anunciou o término dos ataques aéreos em 18 de outubro, mas as tropas sírias continuaram sua ofensiva. Em resultado, o território de Aleppo oriental, onde vivem mais de 90 mil pessoas, foi totalmente libertado dos extremistas em 29 de novembro.
Negociações
Neste domingo, a Rússia disse estar pronta para conversar com os Estados Unidos sobre um recuo de todos os rebeldes sírios em Aleppo. No leste da Síria, os avanços do exército sírio, com o apoio russo, ameaçam ser um golpe decisivo na rebelião.
Em pouco mais de uma semana, o exército e milícias aliadas ocuparam várias áreas do território controlado pelos opositores, em Aleppo. Seguem em uma campanha feroz que pode deixar os rebeldes com nenhuma opção a não ser negociar passagem para sair da cidade.
Dezenas de milhares de civis ainda vivem no cada vez menor enclave rebelde. O enviado da ONU na Síria sugeriu que o leste de Aleppo poderia cair antes mesmo do fim do ano. Ele esperava que, de alguma maneira, pudesse ser encontrada uma forma de se evitar uma "terrível batalha".
Em resposta à proposta russa, um oficial de um grupo rebelde de Aleppo disse que comandantes na cidade prometeram continuar lutando. Eles apoiariam a abertura de um corredor para civis deixarem a cidade, mas não se renderiam.
Combustível
Os avanços do governo em Aleppo deixaram o presidente Bashar al-Assad mais próximo de sua maior vitória na guerra civil. O movimento cresceu nos protestos contra seu governo, em 2011.
Apoiado pela força aérea russa e milícias xiitas do Irã, Iraque e Líbano, o governo vinha gradativamente se aproximado do leste de Aleppo este ano. Vinha cercando as regiões da cidade, antes de lançar um grande assalto, em setembro.
As Nações Unidas estimam que quase 30 mil pessoas foram deslocadas pelas últimas batalhas. Sendo 18 mil delas em direção a áreas controladas pelo governo e outras 8,5 mil para o bairro Sheikh Maqsoud, dominado pelos curdos.
O fornecimentos de comida e combustível estão muito baixos no leste de Aleppo. Hospitais foram repetidamente bombardeados e não estão em operação. Centenas foram mortos nos bombardeios
Europa
Como ainda destacou o Washington Post, as tendências que provam o fim do triunfo do Ocidente podem ser observadas também na Europa. Os países europeus estão cansados das sanções e o isolamento da Rússia organizado por Obama está desaparecendo de forma inglória. O fato é testemunhado pelas visitas regulares de John Kerry a Moscou. "A União Europeia, o maior clube democrático do mundo, também se poderá dissolver em breve. Em todo o continente estão ganhando popularidade movimentos do tipo do Brexit", conclui o artigo.