O Conselho de Ética do Senado decidiu nesta quarta-feira deixar para depois das eleições a votação do relatório do senador Jefferson Peres (PDT-AM) sobre o processo de cassação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB). Por falta de quórum, o relator pediu o adiamento da sessão. Apenas seis parlamentares compareceram à votação marcada para esta quarta-feira. O quórum mínimo para abertura de sessão no Conselho de Ética é de oito senadores. O presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA), remarcou a votação do relatório para o dia 4 de outubro. "Não podemos abrir sessão tão importante com apenas quatro ou cinco senadores", disse o presidente.
As bancadas do PSDB e do PFL avisaram João Alberto (PMDB-MA) que não iriam comparecer à votação porque os senadores estariam no Rio de Janeiro para o lançamento do programa de governo do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. O relator considerou "estranho" os partidos não terem liberado os senadores para acompanharem a votação.
- Eu lamento a falta de quorum porque na última reunião sete ou oito senadores se comprometeram em estar aqui. Lamento que o Senado não consiga reunir oito senadores para apreciar matéria tão importante - disse Peres.
Nos bastidores, alguns senadores afirmaram que o PSDB e o PFL teriam executado manobra em favor de Suassuna para esvaziar a sessão. Com o adiamento, o senador não correria o risco de ter o pedido de cassação apresentado por Jefferson Peres às vésperas das eleições. Suassuna concorre à reeleição ao Senado na Paraíba.
O senador, no entanto, negou qualquer tentativa de manobra em seu favor.
- Eu preferia que isso tivesse se resolvido hoje, tanto é que pedi para o presidente do Conselho esperar mais dez ou quinze minutos até atingirmos o quorum necessário para a sessão. Eu tinha esperança que fosse dar quórum mesmo sem o PFL e o PSDB - disse Suassuna.