Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Socialistas vencem na França e pedem saída do Premier

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Segunda, 14 de Junho de 2004 às 05:48, por: CdB

O Partido Socialista da França exortou nesta segunda-feira o presidente Jacques Chirac a demitir o primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin e a conduzir mudanças políticas após a vitória sobre os conservadores nas eleições para o Parlamento Europeu, neste domingo. Os eleitores puniram o governo devido ao alto índice de desemprego e a cortes de custos, a exemplo do que ocorreu nas eleições regionais de março.

Mas Chirac não deverá demitir Raffarin nem mudar o curso econômico da França, apesar de uma nova pesquisa de opinião mostrar que a maioria dos franceses gostaria de ver a saída do atual premier.

"Este governo não tem legitimidade alguma e o bom senso deveria levar o senhor Raffarin e sua equipe e renunciarem", disse Jean-Marc Ayrault, líder dos representantes socialistas no Parlamento, em entrevista à rádio.

"O presidente deveria assumir suas responsabilidades nesta séria crise de confiança", afirmou Segolene Royal, importante líder regional socialista. "As políticas precisam mudar."

Os socialistas conquistaram 28,89% dos votos e o partido de Chirac, de centro-direita, 16,64%, segundo números divulgados no início desta segunda-feira pelo Ministério do Interior.
Esse foi o melhor resultado dos socialistas em uma eleição para o Parlamento Europeu. A participação foi de 42,79%.

O ministro das Relações Exteriores, Michel Barnier, disse que o resultado é preocupante, mas o ministro do Interior, Dominique de Villepin, observou que ele segue uma tendência européia de censura aos partidos que estão no poder. Chirac e Raffarin não comentaram o resultado.

Uma pesquisa publicada pelo jornal Le Parisien mostrou que 5% dos entrevistados querem a substituição de Raffarin. Mais de 4.000 pessoas foram ouvidas depois de votar.

A vitória dos socialistas já era esperada devido à falta de popularidade de Raffarin e de uma série de protestos de trabalhadores contra as reformas do governo, que têm como principal objetivo cortar gastos e reduzir o desemprego, atualmente em 9,8 por cento.

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