Ficar sem dinheiro é um problema. A coisa ainda fica mais problemática quando devemos receber em um certo dia e, sem que seja dada qualquer tipo de satisfação, ficamos a ver navios. Esse quadro é muito comum no Brasil, em qualquer área de atuação profissional. Quem não sofre com isso não trabalha. E a crise financeira é aguda, dizem. Partindo dessa premissa, vários artistas brasileiros conseguiram fazer grandes obras com escassez de recursos. Grandes bandas gravaram grandes discos, grandes cineastas fizeram grandes filmes, e até grandes jornalistas fizeram grandes reportagens.
Voltando um pouco no tempo, vemos que o brasileiro sempre foi conhecido por ser criativo. Há quem diga que ele produz melhor quando está acuado. No caso do regime militar, por exemplo, alguns pensam que a repressão e a censura eram ferramentas que intensificavam a válvula de escape de artistas. O mesmo pode ser aplicado para a falta de incentivo financeiro. Como fazer o melhor quando o pior é investido? De onde vem a criatividade, o estímulo, a inspiração? Esse colunista é obrigado a acreditar que vem do fato de sermos todos brasileiros. Como brasileiros, somos tolerantes, sabemos esperar, sofrer e agonizar como ninguém. Mas no fundo, somos otimistas.
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Se o texto aí em cima teve um clima pesado, sombrio, pessimista, não deixemos nos abater. O grande cineasta Iraniano, Abbas Kiarostami, homenageado recentemente na Mostra de SP, tem seus filmes analisados por Jean-Claude Bernardet em um livro da Companhia das Letras. Aguardem aqui mais informações.
Sobre a origem da inspiração
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Terça, 09 de Novembro de 2004 às 09:39, por: CdB