Sobe o número de mortos em ataques de Israel a Gaza
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Quinta, 10 de Julho de 2014 às 10:20, por: CdB
Pelo menos 76 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos na ofensiva de Israel em Gaza, disseram autoridades palestinas nesta quinta-feira, e os militantes continuavam a disparar foguetes contra Tel Aviv e outras cidades em uma guerra que não dá sinais de acabar logo.
Oito membros de uma família palestina, incluindo cinco crianças, foram mortos em um ataque aéreo que destruiu pelo menos duas casas em Khan Younis, no sul de Gaza, disse o Ministério da Saúde palestino.
Forças militares de Israel não comentaram sobre o que seria o mais mortal ataque aéreo desde o começo da ofensiva, na terça-feira.
- Temos longos dias de luta à nossa frente - disse o ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, nesta quinta-feira pelo Twitter, sobre a ofensiva que começou após a escalada de violência que se seguiu à morte de três estudantes judeus no mês passado e o assassinato de um adolescente palestino como alegada vingança à morte dos jovens.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que irá informar o Conselho de Segurança sobre a crise ainda nesta quinta-feira, condenou os ataques com foguetes e pediu que Israel coibisse sua ofensiva. "Gaza está numa situação extremamente precária", disse ele a repórteres.
Médicos em Gaza, região dominada pelo grupo Hamas, disseram que pelo menos 60 civis, incluindo um menino de cinco anos e uma menina de quatro mortos nesta quinta-feira, estavam entre os 76 palestinos que morreram em ataques de Israel desde terça-feira.
Israel diz que acertou mais de 750 alvos em uma ofensiva que tem a intenção de coibir os ataques de foguetes contra sua população civil, uma situação agravada após forças israelenses terem prendido centenas de ativistas do Hamas na Cisjordânia ocupada, após o sequestro dos adolescentes judeus.
Israel acusa militantes do grupo islâmico Hamas de deliberadamente colocar civis palestinos em meio ao perigo ao manter armamentos e combatentes em áreas residenciais.
Na Faixa de Gaza, nuvens de fumaça e detritos marcavam o resultado dos ataques de Israel no episódio mais severo de hostilidade entre militantes palestinos e as poderosas forças armadas israelenses em um período de dois anos.
- Os judeus dizem que estão combatendo o Hamas e homens armados, mas todos os corpos que vimos na televisão são de mulheres e crianças - disse Khaled Ali, um taxista de 45 anos em Gaza.
Disparos de foguetes contra Israel militares dizem que houve mais de 365 desde terça-feira - não resultaram em fatalidades ou ferimentos sérios, em parte devido à interceptações do sistema de defesa aérea de Israel, parcialmente financiado pelos Estados Unidos.
Mas as sirenes de ataques aéreos paralisaram os negócios nas comunidades ao sul do país e fizeram com que centenas de milhares de pessoas buscassem abrigo em Tel Aviv, capital comercial, onde dois foguetes foram disparados na quinta-feira, embora lojas e escritórios tenham permanecido abertos.
Síria em risco
Mais de 170 mil pessoas morreram no conflito civil iniciado em 2011 na Síria, um terço delas civis, anunciou nesta quinta-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"Desde que foi registrada a primeira vítima da revolução síria, no dia 18 de março de 2011 na província de Deraa (sul), foram documentadas as mortes de 171.509 pessoas", indicou a ONG com sede em Londres, em relatório divulgado à imprensa, nesta quinta-feira.
Entre os falecidos, há 56.495 civis, dos quais 9.092 crianças, de acordo com o balanço, que informa sobre as vítimas do conflito até 8 de julho. Outros 65.803 mortos são soldados do regime e milicianos pró-governo, e 46.301 são rebeldes que lutam pela queda do presidente Bashar al-Assad.
Entre os rebeldes há 15.422 estrangeiros, que viajaram ao país para se unir aos jihadistas e a grupos islamitas locais de oposição. Os sunitas consideram legítimos os quatro califas que dividiram o poder após a morte de Maomé. Rejeitam personificações e tendem a seguir um culto mais puritano...
Entre os mortos das forças leais ao governo há 39.036 soldados regulares, 24.655 milicianos, 509 combatentes do movimento xiita libanês Hizbullah e outros 1.603 estrangeiros.
O Observatório conta com uma ampla rede de ativistas, médicos e advogados na Síria que informam sobre as vítimas. No entanto, a ONG afirma que o verdadeiro número de mortos dos dois lados provavelmente é muito maior.
Segundo o Observatório, o número de mortos é difícil de estimar e pode ser maior porque "os dois grupos tentam ocultar suas verdadeiras perdas".
A ONG acrescenta que não sabe o paradeiro de 20 mil pessoas detidas pelo governo e de 7.000 soldados regulares capturados pelos rebeldes.
Outras 2.000 pessoas acusadas de colaborar com o regime de Damasco estão atualmente nas mãos de grupos islamitas e, principalmente do Estado Islâmico –novo nome do Estado Islâmico no Iraque e no Levante.