Ataque contra comboio de ônibus com refugiados retirados de cidades sitiadas provoca número bem maior de vítimas fatais nos arredores de Aleppo. Até agora, não se conhecem os responsáveis pela explosão de carro-bomba
Por Redação, com DW - de Beirute:
O Observatório de Direitos Humanos na Síria informou neste domingo que após o atentado de sábado com um carro-bomba nas proximidades de Aleppo, contra um comboio de ônibus com mais de 5 mil pessoas retiradas de cidades sitiadas pelos rebeldes, o número de mortos subiu para pelo menos 126.
Segundo o Observatório diante das "centenas" de feridos, essa cifra poderá se elevar ainda mais. A organização ligada à oposição síria e sediada em Londres recebe suas informações de ativistas locais.
O comboio de ônibus com milhares pessoas partiu na sexta-feira, chegando durante a madrugada de sábado a Rashidin, perto de Aleppo. O carro-bomba, um furgão destinado ao transporte de alimentos, explodiu nas proximidades dos 75 ônibus. Ali se encontravam principalmente moradores de Fuaa e Kafraya, cidades do noroeste da Síria ainda nas mãos do governo. Mas sitiadas pelos rebeldes.
Rebeldes entre os mortos
De acordo com o Observatório de Direitos Humanos da Síria, 98 pessoas evacuadas morreram. As demais vítimas são voluntários e combatentes rebeldes que vigiavam o comboio de ônibus.
Ainda não se sabe quem é o responsável pela explosão. A agência estatal de notícias Sana falou de um atentado praticado por "terroristas". Ativistas da oposição, no entanto, culpam apoiadores do governo em Damasco.
A realocação dos civis faz parte de um acordo entre governo e rebeldes, assinado sob a mediação do Irã e do Catar, que prevê que milhares de pessoas sejam retiradas das cidades de Fuaa e Kafraya. Além disso, os moradores de Madaya e Zabadani, cidades cercadas por tropas do governo sírio, também devem ser evacuados.
Parte da oposição síria criticou severamente o acordo assinado para o deslocamento dos moradores, pois isso se destinaria a um reassentamento forçado com vista a afastar os inimigos do governante sírio, Bashar al-Assad, das principais cidades do oeste da Síria.
O governo explicou que a realocação permitiria retomar do controle de locais destruídos perto de Damasco e garantir novamente o abastecimento. O acordo assinado em março prevê a retirada de 30 mil pessoas em diferentes etapas.