A situação da Indonésia, o país mais atingido pelo desastre natural de 26 de dezembro, e em particular a da ilha de Sumatra, é a mais grave do sudeste asiático, em função dos problemas que as equipes humanitárias estão tendo para chegar à região e distribuir ajuda.
Para avaliar a situação do país, foi enviada a coordenadora especial de assistência humanitária às vítimas do tsunami, Margareta Whalstrom, que também participou hoje da conferência internacional de doadores em Jacarta. A ajuda de emergência também está se concentrando em Sri Lanka, Maldivas, Seychelles e Somália.
Fontes do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU disseram hoje que a situação mais grave é registrada na ilha indonésia de Sumatra, onde há problemas no acesso, na distribuição e na avaliação dos danos causados pela catástrofe.
Segundo o organismo, as autoridades indonésias calculam em 94.200 o número de mortos nas províncias de Aceh e Sumatra Norte, "enquanto outras 400 mil pessoas se alojam em acampamentos de refugiados".
A principal estrada entre as cidades de Medan e Meulaboh já está aberta ao tráfego, afirmou o organismo, segundo o qual "a segurança na área ainda é incerta".
No entanto, de acordo com as fontes, não estão acessíveis os portos de Banda Aceh, Meulaboh (no litoral ocidental de Sumatra), Sabang (na ilha de Weh) e Lhoknga, enquanto os de Belwan (em Medan) e Lhokseumawe (no leste de Aceh) não foram atingidos.
Sobre o estado médico-sanitário da região, uma porta-voz do Ocha disse que já se diagnosticaram casos de pneumonia, diarréia, malária e problemas de pele, assim como outros de gangrena, devido à contaminação da água e ao inadequado tratamento médico, como informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O escritório acrescentou que o centro indonésio para a coordenação do desastre já transmitiu à ONU a informação de que são necessários com urgência "oxigênio, alimentos para bebês e equipamento médico como aparatos de sucção, estetoscópios, vacinas contra o tétano e o sarampo".
Também são necessários equipamentos de cirurgia, tendas de campanha de emergência para estabelecer postos de saúde, material higiênico feminino, geradores elétricos e aparelhos de rádio.
As mesmas fontes informaram que o centro de logística da ONU está coordenando o transporte do pessoal e da ajuda utilizando os meios militares doados por Austrália, Índia, Malásia, Cingapura e Estados Unidos.
Além disso, assinalaram que os aeroportos precisam prioritariamente de controladores aéreos para dirigir o tráfego da área e combustível, especialmente em Banda Aceh, onde só funciona um posto de gasolina.
As autoridades malaias e cingapurianas ofereceram seus aeroportos de Kuala Lumpur e Cingapura respectivamente, para receber aviões com assistência humanitária.
No Sri Lanka, disseram as fontes, as autoridades informaram a ONU de que são 30.240 os mortos, 3.858 os desaparecidos, além de 835.028 deslocados e 88.022 as casas destruídas.
Nesse país, muito castigado pelas intensas chuvas desencadeadas depois do maremoto, são necessários alimento não perecível, água potável, equipamentos médicos e higiênicos, e cozinhas de campanha.
As autoridades das ilhas Maldivas, por sua vez, informaram que em conseqüência do tsunami morreram 82 pessoas, 26 estão desaparecidas e 21.663 se deslocaram para outras áreas.
O governo maldivo disse ter estabelecido seis centros regionais para distribuição de ajuda alimentar e que cinco das seis ilhas maiores contam com eletricidade desde quarta-feira.
Além disso, solicitaram maquinaria para retirar escombros e começar a reconstrução do país, integrado por 200 ilhas e com população muito dispersa, agora sofrendo também intensas chuvas que impedem a chegada da ajuda.
Para executar essa operação de ajuda humanitária, a maior realizada pela ONU desde o fim da Segunda Guerra Mundial, suas agências necessitam
Situação da Indonésia é a mais grave de todos os países atingidos
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Quinta, 06 de Janeiro de 2005 às 12:26, por: CdB