A indústria de shopping center prevê faturar este ano, em números deflacionados, R$ 51,3 bilhões, ante os R$ 48,8 bilhões registrados em 2004. Os números fazem parte de levantamento da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop). Nos primeiro seis meses de 2005, o crescimento deve ser em torno de 4% a 5%, na comparação com igual período do ano passado.
Na segunda metade do ano, o número pode ser maior, avalia a entidade.
- A previsão de crescimento baseia-se no fato de que o sistema de crédito do varejo é favorável e 70% das vendas se encaixam nessa modalidade de pagamento - afirma o presidente d a Alshop, Nabil Sahyoun.
- Além disso, a estimativa considera que os indicadores da economia, como as exportações e a geração de empregos, devem continuar positivos. Os empresários continuam investindo na expansão de suas redes.
Segundo a Alshop, o setor planeja investir cerca de R$ 4 7 bilhões este ano, nas 66 obras e projetos de shoppings centers em andamento. Em 2004, o valor estimado para os investimentos era de R$ 5,1 bilhões, direcionado a 79 obras.
- Essa queda explica-se porque as exigências do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aumentaram - afirmou Sahyoun. Segundo ele, há alguns anos a iniciativa privada passou a ter que assumir investimentos "muito altos, de R$ 40 milhões a R$ 100 milhões".
Interior - Dos 66 novos projetos da indústria, 40 estão no interior.
- Há uma tendência de interiorização dos empreendimentos - diz Sahyoun. De acordo com o empresário, isso se deve à saturação das capitais e à percepção de que cidades de mais de 150 mil habitantes comportam novos projetos e funcionam como pólos regionais, atraindo consumidores de municípios vizinhos.
No ano passado, o número de shoppings em atividade no País cresceu 0,87% em relação a 2003, de 572 para 577 unidades. Foram inaugurados 21 empreendimentos, mas 16 foram eliminados. Sahyoun lembra que esses shoppings que fecharam fazem parte de uma categoria específica, os chamados "rotativos", ou seja, projetos de infra-estrutura menos complexa, com lojas alugadas por períodos geralmente curtos.
- É o tipo mais modesto de empreendimento. Se por um lado é fácil de ser aberto, o shopping rotativo também fecha suas portas facilmente - explica Sahyoun.
Do montante gerado pela indústria anualmente, a modalidade é responsável por um faturamento de R$ 250 a 270 milhões. O Promocenter, na capital paulista, é um exemplo de shopping rotativo de sucesso, segundo o presidente da Alshop.
Também é preciso considerar que apesar dos fechamentos de alguns shoppings, todas as regiões do Brasil registraram aumento no número de lojas. Na região Sudeste, por exemplo, enquanto foram fechados três shoppings, 1.449 lojas foram abertas.
- Isso é resultado das expansões dos centros de compra. Estimamos que cerca de 40% dos shoppings consolidados no País já passaram ou irão passar por expansões nos próximos seis anos - comenta Sahyoun.
Empregos - Foram criados em 2004 cerca de 10 mil novos postos nos shoppings brasileiros, de acordo com os números da Alshop. O setor começa o ano gerando 766 mil empregos diretos, ante os 756 mil de 2003. Segundo a entidade, baseando-se na estimativa de shoppings em construção, até o fim do ano a indústria deve abrir entre 32 mil e 35 mil novas vagas. Considerando diretos e indiretos, a Alshop calcula que os empregos gerados pelos shoppings brasileiros somem 2,5 milhões.
Shoppings devem faturar R$ 51 bi em 2005, prevê Alshop
Arquivado em:
Quarta, 12 de Janeiro de 2005 às 13:25, por: CdB