O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, deverá ser recebido cordialmente pelo presidente francês, Jacques Chirac, nesta quarta-feira, algo que era impensável no ano passado, quando as relações entre os países atingiram o ponto mais baixo, depois que o líder israelense exortou judeus franceses a escaparem do anti-semitimismo emigrando.
- Devido à mudança de circunstâncias no Oriente Médio, há uma nova atmosfera.Ambos os países querem virar a página - disse um assessor de Sharon.
Esta será a primeira visita de Sharon desde 2001, quando a viagem foi marcada por diferenças sobre a maneira como Israel deveria lidar com o levante palestino.
Os países se aproximaram depois da morte do líder palestino Yasser Arafat, em um hospital de Paris no ano passado. O sucessor dele, Mahmoud Abbas, concordou com uma trégua com Israel em fevereiro.
A França reafirmou seu apoio ao plano de Sharon de retirar assentamentos judaicos da Faixa de Gaza ocupada, a partir do próximo mês, e classificou a iniciativa como um novo passo em direção às negociações de paz e à criação de um Estado Palestino.
Israel aprovou a pressão francesa pela retirada síria do Líbano e viu com bons olhos a proibição da França de transmissões de uma canal de televisão mantido por guerrilheiros do Hizbollah.
- A França é amiga de Israel. Fora os mal-entendidos, a realidade é de uma relação forte - disse Chirac em entrevista ao jornal israelense Haaretz.
A França abriga a terceira maior comunidade judaica do mundo, depois dos Estados Unidos e de Israel, mas também tem laços próximos com o mundo árabe e uma grande população muçulmana.