Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

"Sharon abriu as portas do inferno"

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Segunda, 22 de Março de 2004 às 16:01, por: CdB

Israel, em estado máximo de alerta, pode pagar um preço alto pela morte do xeque Ahmed Yassin. Os grupos terroristas Hamas - fundado por Yassin - Al Qaeda, de Osama bin Laden e os libaneses do Hezbollah protestaram em carta o assassinato do líder espiritual palestino e juram vingança contra Israel, Estados Unidos e quem estiver apoiando os americanos contra os árabes. Autoridades militares de toda a Europa e dos Estados Unidos redobraram a atenção e esperam por retaliações a qualquer momento, certos de que a paz entre árabes e judeus, a partir de hoje, volta à estaca zero.

Um comunicado supostamente escrito por um grupo ligado à Al Qaeda, prometendo vingança aos Estados Unidos e seus aliados pelo assassinato do líder do Hamas, xeique Ahmed Yassin, foi publicado numa página de Internet islâmica nesta segunda-feira.

"Dizemos aos palestinos que o sangue do xeique Yassin não foi derramado em vão e chamamos todas as legiões das Brigadas de Abu Hafs al-Masri para vingá-lo, atacando o tirano da nossa época, a América, e seus aliados'', disse o comunicado divulgado pelo site Al Ansar.
O grupo, que se diz ligado à Al Qaeda de Osama bin Laden, se responsabilizou pelos atentados de Madri do dia 11 de março. A autenticidade do comunicado não pôde ser confirmada.

O assassinato do líder do Hamas, xeque Ahmed Yassin, provocou reação imediata de grupos radicais islâmicos ao redor do Oriente Médio nesta segunda-feira, com promessas enfurecidas de vingança contra Israel e até contra os EUA.

O Hamas jurou vingar o assassinato de seu líder e fundador ameaçando de morte o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, e afirmando que 'um terremoto fará tremer todo o Estado de Israel". "Sharon abriu as portas do inferno e nada nos impedirá de cortar-lhe a cabeça", declararam líderes do Hamas em nota. O porta-voz do Hamas na Faixa de Gaza, Abdel Aziz Rantisi, disse: 

"Yassin é um homem em uma nação e uma nação em um homem. A retaliação desta nação será do tamanho deste homem. Vocês verão atos, não palavras".

Além disso, o grupo, que sempre sustentou que sua luta era contra Israel, ameaçou pela primeira vez os Estados Unidos. O Hamas pediu que grupos islâmicos de todo o mundo se unam em uma retaliação e afirmou que os EUA também podem ser alvo.

"Os sionistas não levaram a cabo essa operação sem o consentimento da administração terrorista americana, que tem responsabilidade por esse crime", ameaçou o Hamas. "Todos os muçulmanos do mundo têm que se sentir honrados na hora de unirem-se para vingar este crime". Washington negou ter qualquer ligação com o ataque, mas não condenou o assassinato.

Por sua parte, as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, braço armado da Fatah, facção política do presidente Yasser Arafat, declararam guerra aos israelenses.

"Guerra, guerra, guerra aos filhos de Sião. Olho por olho. A resposta virá em horas, se Deus quiser", afirmou o grupo por escrito. "Aquele que assinou a ordem para assassinar Yassin decretou a morte de centenas de israelenses", disseram as Brigadas, acrescentando que "todos os sionistas, no Israel e no exterior, agora são alvos". Os grupos armados declararam três dias de greve geral na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Houve reações furiosas também de grupos em países árabes. Mohamed Mahdi Akef, líder da Irmandade Muçulmana, do Egito, que compartilha as visões radicais do Hamas, chamou o assassinato de "crime imperdoável" e disse que violência é a única linguagem que Israel entende.

- Não descansaremos, não dormiremos até que o último sionista deixe nosso território - afirmou Akef.No Líbano, o líder do grupo radical islâmico Hezbollah disse que Israel pagaria caro pelo assassinato. O xeque Hassan Nasrallah disse que a morte de Yassin teria ramificações "mais importantes e perigosas que todas que (Israel) testemunhou até agora".

- Os sionistas irão descobrir em breve que eles cometeram um erro muito grande que

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