Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Serraglio diz que pontos do relatório são 'inegociáveis'

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Terça, 04 de Abril de 2006 às 15:41, por: CdB

O impasse em torno do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos (CPMI) dos Correios terminou por adiar para esta quarta-feira a votação do documento, marcada para esta terça. O relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), considerou alguns pontos do documento "inegociáveis".

Na reunião desta manhã, o Partido dos Trabalhadores apresentou um voto em separado que modifica algumas partes do relatório final de Serraglio. O deputado afirmou que pode fazer algumas alterações no documento, mas não negocia pontos como a manutenção dos pedidos de indiciamento dos ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken e as referências sobre antecipação de recursos do Banco do Brasil, pela Visanet, para o chamado "valerioduto".

Além disso, Osmar Serraglio não acredita que todo esquema de repasse de recursos de Marcos Valério para parlamentares seja apenas caixa dois.

- Estou convencido de que os parlamentares foram efetivamente pagos com aqueles valores, para aqueles fins: alimentação de um sistema que era para manter a base aliada - afirmou o relator da CPI dos Correios.

Ele teme que não seja votado um documento final da comissão.

- Acho que ainda há tempo para refletir. Se quiserem fazer opção por caixa dois, eles que arrumem votos para isso. Meu medo não é isso. Vão derrubar o meu, e já dizem que não tem votos para o deles. Como quem diz assim: não vai ter relatório. Aí, é muito triste - disse.

Para o relator, a possível votação de um relatório paralelo é um "péssimo sinal".

- O PT perdeu oportunidade de ter aprovado isso sem esse estardalhaço. Por que estão insistindo que o mensalão não existe? - questionou Serraglio.

O deputado ACM Neto (PFL-BA), sub-relator para Fundos de Pensão, disse que oposição pretende votar com o relator.

- Fechamos questão de apoio irrestrito - afirmou.

Pelo regimento, os deputados e senadores deverão votar primeiro se aprovam ou não o relatório de Serraglio. Se o documento for derrubado, o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), deverá escolher um relator do vencido, que apresentará novo documento.

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