A administração do prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), gastou como nunca em publicidade desde que se intensificaram as articulações em torno da candidatura tucana à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de admitir que deseja ser candidato à Presidência da República, Serra e Alckmin polarizam as opinões no partido e as prévias já são antevistas como uma realidade para os tucanos.
Até setembro do ano passado, a média mensal de comprometimento da prefeitura com propaganda era de cerca de R$ 300 mil. Desde então, a média de gastos saltou para cerca de R$ 2,1 milhões. Os números constam do Sistema de Execução Orçamentária (SEO) da prefeitura paulistana e se referem a valores liquidados (quando o pagamento é autorizado após a execução do serviço).
Para o vereador petista Paulo Fiorillo , o aumento dos gastos com publicidade são um cálculo eleitoral do prefeito.
- Serra tem destinado tempo e dinheiro para se viabilizar como candidato à Presidência - afirmou.
O esforço do prefeito tucano tem razão de ser. No encontro agendado com o presidente do partido, Tasso Jereissati, para a semana que vem, Serra anunciará sua disposição de competir com o governador Geraldo Alckmin à vaga de candidato à Presidência da República. Ele condicionava sua candidatura à unidade do PSDB em torno do seu nome, mas agora já cogita um confronto aberto com o atual governador paulista que, por sua vez, mantém-se decidido a continuar na disputa.
Para o PSDB, segundo analistas políticos ouvidos pelo Correio do Brasil, "é o maior desgaste eleitoral já produzido PSDB desde a fundação do Partido", afirmou o professor de Ciências Políticas da Unicamp Marcelo Mariano.
O confronto entre Alckmin e Serra deverá forçar Tasso a ampliar o leque de consultas às bases do partido, integrada por governadores, líderes regionais e congressistas, na tentativa de evitar que o processo de escolha chegue às prévias, o que consolidaria a rachadura no ninho tucano. Partidários de Alckmin, no entanto, duvidam que Tasso venha a alcançar o objetivo.