Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Serra diz que Ciro provoca pânico

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Terça, 16 de Julho de 2002 às 19:32, por: CdB

O candidato José Serra (PSDB) disse nesta terça-feira que Ciro Gomes (PPS) "provoca pânico" ao dizer que a dívida pública interna cresceu dez vezes. "Ciro Gomes disse que a dívida pública do Brasil aumentou dez vezes. É falso. Se ele fala isso, causa pânico", declarou Serra durante gravação do programa ´Café da Manhã com os Presidenciáveis", da rádio Transamérica, que irá ao ar nesta quarta-feira, às 7h. "O problema do Brasil não é a dívida pública, é a dúvida pública. Tem candidatos que apresentaram uma visão terrorista sobre a dívida", completou o candidato tucano. Antes de conhecer o resultado da pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira, durante o "Jornal Nacional", da Rede Globo, Serra criticou a preocupação com pesquisas, repetindo que elas são apenas uma "fotografia do momento". "Há muito ´pesquisismo´ no Brasil, há uma obsessão com isso. A gente passa tempo demais discutindo pesquisa e menos tempo do que deveria discutindo idéias e propostas, que são as coisas fundamentais. O próprio Ciro Gomes já esteve muito melhor em pesquisa do que agora. E, há pouco tempo, eu estava mais de dez pontos acima dele", disse o candidato do PSDB. Serra também disse ser o candidato mais preparado para governar o país, citando sua formação acadêmica. "Eu não acho que essa crise vá durar muito, é fruto de incerteza e de muita especulação, e essas duas coisas vão acabar depois da eleição. Sou o mais preparado para lidar com economia, pelo preparo, pela experiência. Isso dá mais segurança. Os outros candidatos se apresentam como salvadores da pátria. Dizem que vão resolver tudo rapidamente. Se fosse fácil, alguém já teria feito. Não estou desqualificando ninguém, não estou dizendo que os outros não prestam, mas que sou o mais preparado", disse. Outro tema da entrevista do candidato foram o apoio de Ciro a Aécio Neves em Minas Gerais. Serra excluiu a possibilidade de Ciro subir em um mesmo palanque que Aécio. "O Ciro Gomes ficou sem candidato [em Minas Gerais], então disse que ia apoiar o Aécio. Quanto mais apoios o Aécio tiver, melhor, porque ele só apóia a mim. Na verdade, então, ajuda minha campanha", afirmou Serra. A questão da segurança pública no Brasil também foi abordada por Serra no programa. "Vamos criar uma polícia federal fardada, ostensiva, repressiva, como a PM, nos Estados. [Serão] uma espécie de PM federal e uma polícia civil federal, ambas sob o comando unificado da polícia militar, para não repetir esse duplo comando que há nos Estados". O candidato cogitou ainda a revisão da maioridade penal. "Acho que tem casos de crimes premeditados em que o jovem é usado porque é inimputável, o que pode ser discutido", disse Serra, cuja vice, Rita Camata, foi relatora do Estatuto da Criança e do Adolescente e defende o tratamento diferenciado aos menores de 18 anos. "O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ao reservar aos cidadãos com menos de 18 anos um tratamento diferenciado, colocou o Brasil entre os países mais preocupados com a reintegração social do que com a pura e simples punição dos jovens delinqüentes", disse ela em junho deste ano.

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