Prefeito de São Paulo, José Serra continuou a negociar, nesta terça-feira, com o Partido da Frente Liberal (PFL). Depois de conseguir do colega carioca, Cesar Maia, que desistisse de concorrer à Presidência da República, ele garantiu à legenda de direita a Vice-presidência em sua provável chapa. Segundo fonte no Congresso, o nome mais cotado para o cargo é o senador José Agripino Maia (RN), líder do partido. Paulo Souto, governador da Bahia, é outro nome cogitado.
José Serra também abriu para o PFL a composição das chapas nos Estados, já prevendo a verticalização das próximas eleições. Ele estaria certo de que a proximidade com o PFL será determinante para a sua campanha e faz uma série de concessões ao aliado, embora a composição não seja tranqüila no seio do tucanato. Para o deputado baiano Jutahy Júnior, um dos principais aliados de Serra na Bahia, a composição com o grupo do senador Antonio Carlos Magalhães é uma costura quase impossível de acontecer.
Para segmentos do PFL, a decisão do prefeito Cesar Maia também não foi um primor de habilidade política. Segundo emissários do presidente da legenda, Jorge Bornhausen, o pronunciamento de Serra, por e-mail, a uma rádio do Rio de Janeiro, neste sábado, serviu como um alerta para o voluntarismo que impera no partido. Cesar passou ao público a noção de que a adesão dos pefelistas à candidatura de Serra era uma coisa líquida e certa, quando ainda depende da decisão dos diretórios nacionais de ambas as legendas.