A primeira explosão para a abertura de um canal de 600 metros de extensão ligando a Lagoa de Piratininga ao mar, em Niterói, será realizada nesta segunda-feira. A intervenção vai revitalizar o complexo lagunar da Região Oceânica de Niterói, que abrange uma população de mais de 400 mil pessoas. O custo da obra, encomendada pela Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), órgão da Secretaria de Meio Ambiente e Densevolvimenbto Urbano, é de R$ 2,5 milhões.
A primeira fase da obra consiste na abertura do canal, a construção de uma comporta para controle da vazão das águas e dragagem da ilha de assoreamento existente na lagoa. Depois dessa primeira explosão, detonações diárias serão feitas até a conclusão do túnel na rocha. Não há qualquer perigo para a população e o trânsito nas imediações não precisará ser interrompido.
A Serla preocupa-se principalmente com a conscientização dos moradores para garantir o futuro da lagoa revitalizada. Para isso, a coordenadoria de Educação Ambiental do órgão, responsável pela gestão dos recursos hídricos do estado, programou diversas reuniões com moradores.
A ocupação da Região Oceânica, formada pelos bairros de Piratininga, Camboinhas e Itaipu, foi feita por comunidades indígenas praticantes da pesca, atividade também dos portugueses que, posteriormente, se instalaram no local.
Com o processo de urbanização acelerada, fixaram-se ali residências de veraneio, que, mais tarde, foram substituídas por moradias permanentes. A partir da década de 1970, a expansão urbana se intensificou, em decorrência da construção da Ponte Rio-Niterói. Com a alta densidade demográfica, os terrenos marginais foram invadidos por posseiros e aterrados para loteamentos, o que gerou redução no espelho d'água do complexo lagunar.