O Senado aprovou nesta quinta-feira com 51 votos favoráveis - apenas dois a mais que do mínimo necessário - a proposta de reforma da Previdência em segundo turno. Como na primeira votação, o governo precisou da oposição para garantir a vitória, pois os aliados somaram 38 votos, 11 a menos que o necessário. A diferença veio dos 12 votos da oposição e do voto favorável do senador Gerson Camata (Sem Partido-ES). No primeiro turno, 80 senadores participaram da votação.Nesta quinta 75 senadores votaram.
Dos 21 senadores que votaram contra a reforma, seis são de partidos aliados do governo. Cinco deles apenas repetiram o voto - Heloísa Helena (PT-AL), Duciomar Costa (PTB-PA), Mão Santa (PMDB-PI), Papaléo Paes (PMDB-AP) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ). A novidade foi o voto contra do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que disse ter errado o voto.
O PDT também repetiu a posição do primeiro turno. Seus cinco senadores seguiram a orientação do líder Jefferson Pérez (AM) e votaram pela rejeição da proposta do governo. Mesmo com o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, no primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, os senadores Jefferson Pérez (AM), Osmar Dias (PR), Augusto Botelho (RO), Juvêncio da Fonseca (MS) e Almeida Lima (SE) decidiram posicionar-se contra o governo.
No PFL, maior partido na oposição, foram nove votos contra a reforma. No primeiro turno, o partido deu dez votos contra a PEC 67, mas o senador Heráclito Fortes (PI) não estava no plenário no momento da votação. Votaram contra a proposta o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), os senadores Efraim Moraes (PB), José Jorge (PE), Romeu Tuma (SP), Paulo Octávio (DF), Jonas Pinheiro (MT), Demóstenes Torres (GO), José Agripino (RN), líder do partido, e Marco Maciel (PE).
Os mesmos pefelistas que votaram favoravelmente no primeiro turno repetiram o voto: Roseana Sarney (MA), Edison Lobão (MA), Antônio Carlos Magalhães (BA), César Borges (BA), Rodolpho Tourinho (BA), Maria do Carmo (SE) e João Ribeiro (TO).
Do PSDB votaram pela reforma Eduardo Azeredo (MG), Eduardo Siqueira Campos (TO), Reginaldo Duarte (CE), Tasso Jereissati (CE) e João Tenório (AL). Sérgio Guerra (PE), que votou pela reforma no primeiro turno, se atrasou numa reunião da comissão de Orçamento e não votou no segundo turno. Rejeitaram a proposta, o líder do partido, Arthur Virgílio (AM), Lúcia Vânia (GO), Antero Paes de Barros (MT), Álvaro Dias (PR) e Leonel Pavan (SC).
Além de Heráclito Fortes (PFL-PI) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) estiveram ausentes da votação Marcelo Crivella (PL-RJ), Augusto Botelho (PDT-RN) e João Alberto (PMDB-MA).
Aprovada em dois turnos no plenário do Senado, a reforma segue agora para a promulgação, já a partir desta sexta, pelos presidentes da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP).