Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha passa a expectativa de que reforma da Previdência ainda seja aprovada.
Por Redação - de Brasília
Chefe da Casa Civil, o ex-deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS) disse, nesta sexta-feira, que a chance de a reforma da Previdência ser votada, no Plenário da Câmara “cresceu consideravelmente”. Segundo afirmou, cresce o apoio dos partidos da base aliada para aprovar o texto, mas admite que ainda não há votos suficientes para tanto.
Padilha disse que o PMDB deve fechar questão, ainda esta semana; e só não toma uma decisão nesta terça porque o presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), está em viagem. Ele avaliou que esse movimento deve ser seguido por partidos da base, o que deve ajudar na aprovação do texto ainda este ano na Câmara.
— A probabilidade de a gente aprovar cresceu muito. Na medida em que os sete partidos fecharem questão, seguramente nós teremos do PSDB uma posição favorável, sem dúvida nenhuma. É uma questão programática do PSDB o compromisso com o ajuste fiscal — disse Padilha.
Fechamento de questão
O governo trabalha para que PMDB, PP, PR, PTB, PSD, PRB, DEM e mais o PSDB fechem questão em favor da reforma. Se isso ocorrer, deputados que votarem contra poderão ser punidos até mesmo com a expulsão da legenda.
Segundo Padilha, a decisão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de apoiar a reforma é um aceno positivo. Ele será o futuro presidente do partido; além de candidato à Presidência da República. Alckmin mais cedo disse que o apoio dele à reforma é integral. O PSDB deve discutir, na quarta-feira, sua posição sobre a reforma.
Nesta manhã, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), disse que defenderá o fechamento de questão a favor da reforma; assim que a matéria for pautada para votação. Uma fonte do partido na Câmara avalia, no entanto, que um fechamento de questão iria contra o posicionamento adotado até então pelo líder da bancada, Arthur Lira (AL).
Meirelles candidato
O assessor mais próximo do presidente de facto, Michel Temer, preferiu não polemizar em relação às declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; que tenta se viabilizar como candidato a presidente. Meirelles levantou o fato de que Alckmin não poderá ser o candidato do bloco partidário que o governo quer formar para as eleições de 2018. Meirelles é filiado ao PSD.
— Eu acho que o Meirelles falou mais em nome do partido, em nome pessoal. Esta ideia do bloco que o presidente Michel Temer defende é uma ideia que não exclui ninguém. E, por óbvio, não tem compromisso com ninguém — desconversou. Padilha, no entanto, disse que as declarações (de Meirelles) não atrapalham as negociações da reforma da Previdência.
Na véspera, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou várias vezes as declarações de Meirelles. Afirmou que elas vieram em “momento inadequado”.
Sem expectativa
Padilha disse ainda que deve ocorrer uma reunião na quarta-feira à noite a fim de avaliar os apoios da base à reforma. Ele disse que na manhã desta terça-feira houve uma reunião com deputados para discutir a votação da reforma; mas não se desceu em “detalhes” sobre a quantidade de votos que o governo tem para votar a proposta.
Para a reforma ser aprovada, são necessários os votos de ao menos 308 dos 513 deputados; em dois turnos de votação na Câmara. O ministro disse que considera “impossível” votar a reforma no Senado ainda este ano; diante do calendário de votações estabelecido por aquela Casa Legislativa.