Em depoimento, o guarda de segurança Francisco Marques Carioca disse à Sub-Relatoria de Contratos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios que sacou dinheiro a mando de empresários que prestavam serviços aos Correios. Carioca que foi contratado para trabalhar na Cortez Câmbio e Turismo desde 1999, mas admitiu ter feito saques em bancos para o advogado Marcos Pinto, da empresa aérea Skymaster, acusada de fraude em licitações dos Correios.
Segundo documentos da CPMI, foram 27 saques realizados por Carioca, totalizando R$ 1,036 milhão. Em resposta ao sub-relator de Contratos, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), Carioca disse que foi contratado pelo advogado para fazer extras, que incluíam os saques realizados. O depoimento aconteceu sala 2 da ala Senador Nilo Coelho, no Senado. Além de Carioca, depuseram também o chefe do Departamento de Negócios e Operações na Internet dos Correios, Antonio de Paula Braquehais; e o chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material da estatal, Adauto Tameirão Machado.
Envolvimento
Também em depoimento prestado à Polícia Federal e a assessores da CPMI dos Correios, nesta terça, o presidente da empresa de informática Gtech, Fernando Antônio Cardoso, disse que Rogério Buratti e Waldomiro Diniz tentaram interferir nas negociações para renovação de contrato com a Caixa Econômica Federal. Buratti trabalhou na prefeitura de Ribeirão Preto, durante a primeira gestão de Antonio Palocci, entre 92 e 95. Waldomiro trabalhava na Casa Civil, na época da renovação do contrato, em 2004.
- Ele confirmou que tentaram interferir nas negociações da Caixa e reafirmou que a Gtech não pagou nada e que as negociações com a Caixa já tinham sido acertadas antes da tentativa de interferência dos dois - contou o assessor da CPI dos Bingos, Leonardo Rolim, que esteve presente no depoimento.
O assessor da CPI disse que o nome de Palocci, hoje ministro da Fazenda, não foi citado. Disse ainda que, quando questionado sobre que tipo de força Buratti teria usado para interferir na assinatura de contratos entre a Caixa e a Gtech, Cardoso repetiu a versão de Marcelo Rovai, ex-diretor de marketing da Gtech. O presidente da empresa disse também que a Caixa Econômica ainda não fez o desligamento de nenhuma casa lotérica com a sua empresa. Segundo o assessor da CPI, o presidente da Gtech afirma que até esta terça-feira, cerca de dois mil terminais já deveriam estar sob gestão da Caixa Econômica. O banco encerrou o contrato com a Gtech em outubro deste ano e a migração total para as máquinas da Caixa está prevista até maio de 2006.