Passageiros de Paris e arredores se espremeram nos poucos trens em funcionamento durante o horário de pico enquanto muitas plataformas das estações mais movimentadas da capital francesa permaneciam vazias
Por Redação, com Reuters - de Paris:
Milhões de usuários franceses dos transportes intermunicipais enfrentaram um segundo dia consecutivo de caos nesta quarta-feira, com os ferroviários em greve enfrentando o governo do presidente Emmanuel Macron em uma disputa a respeito da reforma da operadora estatal de trens SNCF.
Passageiros de Paris e arredores se espremeram nos poucos trens em funcionamento; durante o horário de pico enquanto muitas plataformas das estações mais movimentadas da capital francesa permaneciam vazias.
Macron quer transformar a estatal altamente endividada; que perde cerca de US$ 3,7 milhões por ano; em um serviço público lucrativo capaz de suportar a concorrência estrangeira quando seu monopólio terminar em 2020; em linha com as leis da União Europeia.
Os sindicatos
Os sindicatos rejeitam os planos para acabar com os privilégios especiais dos ferroviários; como empregos vitalícios e aposentadorias antecipadas; e se queixam de que o governo está abrindo caminho para a privatização da SNCF.
Macron, um ex-banqueiro de investimento; estabeleceu um prazo para a finalização da reforma até o verão europeu.
– Não entendo a greve. Alguns dizem que queremos acabar com os serviços públicos; e isso está simplesmente errado – disse Julien Denormandie; secretário do governo Macron, à BFM TV.
Macron
Ao enfrentar os sindicatos de ferroviários, Macron está trilhando um caminho no qual ex-presidentes fracassaram; ou que evitaram, determinado a consolidar sua imagem de destemido e incansável modernizador da economia francesa.
O desfecho da batalha pode definir sua Presidência; os sindicatos já estão abalados com seu sucesso na liberalização das regras trabalhistas no outono passado e precisam de uma vitória.
Outros movimentos de protesto também estão emergindo; já que universitários, servidores públicos; coletores de lixo e pensionistas estão revoltados com a agenda de reformas sociais e econômicas de Macron.
Mas até agora eles deram poucos sinais de que se aglutinarão em um movimento único mais poderoso; e enquanto isso a França se prepara para comemorar o 50o aniversário da revolta anti-establishment de maio de 1968 que transformou a nação.