O professor Delúbio Soares foi exonerado, nesta sexta-feira, do cargo de professor de Matemática da secretaria estadual de Educação de Goiás, conforme relata o decreto encaminhado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) ao Gabinete Civil, pronto para ser publicado no Diário Oficial desta segunda-feira. O procurador-geral interino, Antônio Guido Pratti, escorou-se no parecer da Secretaria Estadual da Educação, em processo administrativo disciplinar contra o ex-tesoureiro do PT. Ele foi demitido por abandono de cargo. Da sentença, cabe recurso na Justiça e, no início da noite, Delúbio adiantou a amigos que pretende levar o caso aos tribunais goianos.
A Secretaria da Educação argumentou que professor Delúbio Soares deveria ter retomado suas funções em 9 de fevereiro de 2005, um dia após terminar seu período à disposição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), do qual ele foi diretor. No entanto, não há provas de que ele tenha retomado o cargo. Delúbio é dirigente sindical desde 1985, quando se licenciou da magistratura. A sentença foi baseada no artigo 37 da lei estadual nº 13.909. Caso o servidor se ausente por mais de 30 dias consecutivos, está passível de perda do cargo.
De acordo com levantamento da PGE, Delúbio teria ficado longe das salas de aula por 110 dias, sem justificativas. Os salários referentes a esse período , ao todo, R$ 4.600, já foram devolvidos por ele. Na última quarta-feira, a PGE negou recurso de Delúbio pedindo para voltar a lecionar, em razão do procedimento administrativo em andamento. O Ministério Público acusa o ex-tesoureiro de receber indevidamente do Estado de 1994 a 1998 e de 2001 a janeiro deste ano um salário de aproximadamente R$ 1.000, causando um prejuízo estimado, com correção, em R$ 165 mil.