A falta de chuvas este ano no Paraná, segundo maior Estado produtor de cana do Brasil, comprometeu a safra do produto e está fazendo com que as usinas interrompam a moagem mais cedo, informou nesta sexta-feira a entidade que representa os produtores paranaenses.
Duas unidades já suspenderam as atividades, outras estão fechando pelos próximos dias, e a previsão é de que a maioria estará parada até o fim de outubro.
No ano passado, quando o Estado processou o recorde de 29,05 milhões de toneladas, a moagem prosseguiu até o fim de dezembro na maior parte das unidades, com algumas delas chegando a janeiro.
- Houve coisas este ano que nunca havia visto, como usinas parando no fim de semana", afirmou Adriano da Silva Dias, superintendente da Associação dos Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná (Alcopar).
- Isso representa um custo industrial absurdo - disse.
O setor no começo do ano esperava moer 31 milhões de toneladas, mas o volume final não deve passar de 26,7 milhões --abaixo inclusive do registrado na safra 2004/05, apesar de uma expansão de área de 6,45%.
Além do déficit hídrico, houve um "descompasso" entre a safra passada e a atual. O atraso na colheita do ano passado, devido às chuvas no segundo semestre de 2004, acabou retardando o plantio da cana que ia ser colhida na atual safra.
Com isso, afirmou Dias, foram processadas nos últimos meses cana com apenas nove ou dez meses de idade - a cana leva pelo menos 12 meses para se desenvolver totalmente - o que reduziu o rendimento industrial.
Para a próxima safra, a Alcopar tem uma estimativa preliminar de moagem de 32 a 32,5 milhões de toneladas, se o tempo for favorável e levando em conta uma expansão na área plantada.