Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Se cercar o Jaburu, Temer sofrerá processo por adulterar patrimônio

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Quarta, 29 de Novembro de 2017 às 12:40, por: CdB

O Palácio do Jaburu, onde mora presidente de facto, é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

 

Por Redação - de Brasília

 

Caso o presidente de facto, Michel Temer, resolva mesmo cercar o Palácio do Jaburu, onde mora com a família mesmo após tomar o poder, em Maio do ano passado, poderá ser alvo de mais uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Dessa vez, movida pela área jurídica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, junto a uma fonte na instituição.

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O Palácio do Jaburu é parte do Patrimônio Histórico brasileiro e nã pode ser desfigurado

— O (Palácio do) Jaturu é um prédio tombado desde 2007. Trata-se de uma obra do arquiteto Oscar Niemeyer (⭐︎1907 ♱2012), projetada para ser a residência oficial do Vice-presidente da República; de acordo com a concepção urbanística proposta por Lúcio Costa para Brasília. Cercá-lo de arames seria desfigurar o plano arquitetônico dos arquitetos que o projetaram. Trata-se de um crime contra o Patrimônio — afirmou o funcionário, que prefere se manter no anonimato “por questões óbvias”, disse.

Mais grades

Temer teria pensado em tomar a atitude devido ao medo de manifestantes terem acesso à residência. Com apenas uma margem de erro de 3% no nível de apoio popular ao governo, o peemedebista teria pedido que o perímetro de 1,9 quilômetro do Palácio fosse cercado por arame farpado. De acordo com memorando da Presidência da República, vazado na véspera à mídia conservadora, o local teria "pontos vulneráveis”. Apenas esse fato, diz a burocracia, seria suficiente para justificar a adulteração da obra arquitetônica.

O risco de protestos e possíveis convocações de manifestantes em frente ao Jaburu, por meio das redes sociais, justificaria a colocação das concertinas – arames farpados em espirais com lâminas cortantes, pontiagudas e penetrantes — ao preço de cerca de R$ 81,3 mil. A intenção respalda-se nas recomendações e solicitações do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Três editais foram publicados para a aquisição do arame farpado; restauração das grades e para a compra de uma tenda. Esta estaria voltada para abrigar os militares que fazem a segurança do local.

O GSI defendeu, ainda, junto ao MPF a manutencão das cercas no Palácio do Planalto, local de trabalho do peemedebista. Nesse sentido, lançou edital para restaurar as grades; alegando que são de "profunda importância" para eliminar "riscos" à proteção do palácio.

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