A saúde é um tema pouco lembrado por ocasião dos debates que acontecem durante as comemorações do dia do trabalho, no início de maio. Muito se fala em salário, diminuição da carga horária, desemprego etc. Entretanto, o Brasil apresenta uma das piores estatísticas de doenças ocupacionais e de acidentes de trabalho. Ou seja, além de campeões mundiais em desigualdade social, também sofremos com esta "premiação". Pouco se tem analisado essa situação sob a ótica da prevenção de danos aos trabalhadores, de preservação de sua saúde, avaliando-se o desgaste do processo de trabalho e como evitá-lo. É preciso enfatizar que, hoje, temos muitos meios de prever e de reduzir os riscos no ambiente produtivo, sejam quais forem. A importância dada à situação reflete o descaso com o ser humano, visto como uma peça ou instrumento na engrenagem da produção. As intervenções feitas até hoje, tanto governamentais quanto empresariais, pautaram-se pela preocupação de não diminuir os lucros com os afastamentos dos empregados, por doenças ou causas afins. Infelizmente, em muitos casos, a Medicina do Trabalho tem sido mais utilizada como um instrumento a favor da defesa dos interesses dos empregadores, do que dos assalariados. É hora de pensar na criação de fóruns que reúnam representantes de governos, empresários e trabalhadores, onde encontremos, juntos e democraticamente, alternativas para aumentar a produção e diminuir os prejuízos à saúde. É hora, também, de priorizar o ser humano. Um abraço, saúde e sorte.
Saúde, Trabalho e Desenvolvimento
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Segunda, 05 de Maio de 2003 às 06:06, por: CdB