O presidente do Iraque, Saddam Hussein, em mensagem divulgada neste sábado pela televisão estatal, fez críticas à nova resolução das Nações Unidas, salientando, porém, que o retorno dos inspetores da organização mundial pelo menos servirá para provar que o país não possui armas de destruição em massa. A mensagem - uma carta aberta de Saddam à Assembléia Nacional do Iraque - refere-se à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos como "países de intenções doentias". Saddam escreveu a carta para explicar aos parlamentares iraquianos por que recusou a recomendação para que Bagdad rejeitasse a resolução da ONU. O presidente disse que essa era a maneira de minar os planos de guerra de Washington. "Nosso inimigo, a coalizão sionista combinada com o governo norte-americano, escolheram enfrentar nosso povo heróico e batalhador", disse. "Esperamos que o método que adotamos corresponda aos objetivos daqueles que não têm más intenções no Conselho de Segurança", acrescentou. "É para que eles saibam a verdade: o Iraque não tem armas de destruição em massa e agora eles podem trabalhar no fim do embargo e das sanções tirânicas". O chefe da comissão de inspeção de armas da ONU, o sueco Hans Blix, afirmou neste sábado em Paris, de onde seguirá para se juntar à equipe de técnicos reunida em Chipre, que não permitirá que agentes secretos norte-americanos e britânicos atrapalhem o trabalho no Iraque. Blix disse ter consciência de que as missões anteriores de inspeção "perderam credibilidade por estarem estritamente ligadas a organizações de inteligência do Ocidente". O Iraque freqüentemente acusou os Estados Unidos e seus aliados de usarem as inspeções de armas como um instrumento de espionagem. Washington rejeitou as alegações.
Saddam Hussein, em carta aberta, avisa que Iraque não tem armas
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Sábado, 16 de Novembro de 2002 às 21:43, por: CdB