O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, assumiu nesta sexta-feira que tem parte de culpa pelos maus-tratos aos presos iraquianos sob o domínio de soldados americanos no Iraque, mas disse que não renunciará ao cargo sob pressão política. A declaração foi feita durante depoimento a um comitê do Senado que investiga as atitudes do Pentágono em relação aos abusos cometidos pelas forças de ocupação.
Sob forte pressão de adversários políticos do governo de George W. Bush e de organizações de defesa dos direitos humanos, Rumsfeld disse que não se renderá "simplesmente porque há pessoas tentando transformar isso numa crise política".
A senadora Lindsey Graham, uma republicana da Carolina do Sul, perguntou a Rumsfeld durante depoimento ao Comitê de Serviços Armados do Senado, se ele se achava capaz de desempenhar suas funções "de maneira apartidária" e de responder àqueles que pedem sua renúncia.
- Bem, é uma pergunta justa. Certamente dei muita atenção a essa questão desde que essa tempestade começou. A pergunta-chave é se isso seria ou não eficiente - disse Rumsfeld. - Não é necessário dizer que se eu sentisse que seria eficiente renunciaria num minuto. Mas não renunciaria simplesmente porque as pessoas tentam transformar isso num caso político.
O senador Edward Kenney, um democrata, sugeriu que o secretário de Estado Colin Powell, um general aposentado que foi chefe do Estado Maior das Forças Armadas durante a Guerra do Golfo, em 1991, substituísse Rumsfeld à frente da Defesa.
Nesta quinta-feira, um grupo de democratas liderado pelo candidato à Presidência dos EUA, senador John Kerry, pediu a renúncia de Rumsfeld. O presidente Bush disse que o secretário de Defesa "servira bem à nação" e "ficaria firme no gabinete'.
Rumsfeld assume culpa por torturas mas descarta demissão
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Sexta, 07 de Maio de 2004 às 15:57, por: CdB