Rio de Janeiro, 13 de Março de 2025

Robert Smith, do The Cure, ainda encontra eco com público jovem

Arquivado em:
Segunda, 16 de Agosto de 2004 às 12:50, por: CdB

Ainda cantando a angústia existencial e usando maquiagem pesada, Robert Smith, do The Cure, continua a fazer sucesso junto a um público que tem um terço de sua idade. Ao mesmo tempo em que pensa em se aposentar, ele é a atração principal do festival Curiosa deste verão norte-americano.

"O pessoal de 15 anos reage ao que componho porque tem os mesmos problemas existenciais que os meus", disse à Reuters o cantor e guitarrista britânico de 45 anos.

"Se você não acreditar em vida após a morte, não consegue se livrar dessa angústia existencial. Ela simplesmente é."

Depois de uma carreira que o levou ao topo das paradas com canções sombrias como "Kiss Me Kiss Me Kiss Me" e hits como "Friday I'm In Love", o The Cure lançou seu 13o disco gravado em estúdio em junho. Intitulado simplesmente "The Cure", o álbum estreou na 7a posição na lista Billboard.

Agora a banda é a atração principal do festival Curiosa, que tem lugar em dois palcos nos EUA e traz artistas de rock alternativo com Auf der Maur, Muse e Interpol, que foram influenciados pelo The Cure e fazem elogios a Smith.

"É sua integridade", disse Melissa Auf der Maur, ex-baixista do Hole que recentemente lançou um álbum solo auto-intitulado. "Ele é a mesma pessoa que sempre foi.. Não mudou em função da década em que estamos. Acho que é isso que faz música boa e consistente."

Num show recente em Randalls's Island, Nova York, os fãs do The Cure no meio do público, em sua maioria jovem, usavam lápis preto nos olhos e batom manchado, marcas registradas do visual gótico que Smith ajudou a criar.

Sempre perguntam a Smith sobre a maquiagem, e, depois de 25 anos de carreira, ele já se cansou um pouco de responder a pergunta.

"Ainda me maquio porque minha mulher, Mary, me prefere assim", disse ele. "Acho que tenho inteligência e consciência própria suficientes para saber quando parar."

Depois de anunciar que ia aposentar-se, em 2000, Smith mudou de idéia e está voltando aos EUA com um novo álbum e num novo festival. Mesmo assim, ele prevê o fim do The Cure.

"Estou tratando esta turnê como a última coisa que faço. É o que faço com toda turnê nossa. É assim que conservo a força e a intensidade. Esta pode ser a última vez em que piso num palco em Nova York."

Mas, aconteça o que acontecer, ele quer continuar a compor.

"Nos outros tipos de música, você pode continuar a melhorar à medida que envelhece", reclamou. "É apenas no pop que se supõe que você deva ficar pior. Meu sonho sempre foi deixar a barba crescer e fazer música para o cinema."

Smith disse que está curtindo a turnê, apesar de ela exigir muito de sua energia.

"É a maior diversão que tenho em anos, mas acho que vai me deixar acabado", ele revelou, rindo. "Estou cercado por pessoas de metade de minha idade e decididas a farrear. Tento não decepcionar ninguém."

Tags:
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo