O BC cortou na semana passada a taxa Selic, que estabelece os juros oficiais do país, em 1 ponto percentual, a 10,25%. Especialistas já haviam alterado a expectativa para o resultado da reunião de julho. Antes mesmo da decisão da última quarta-feira. Agora, mantiveram as contas
Por Redação - de Brasília
Economistas das principais instituições financeiras mantiveram, nesta segunda-feira, a expectativa de corte de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros na próxima reunião. A previsão ocorre depois da indicação do Banco Central (BC) de que deve optar por uma redução menor.
O BC cortou na semana passada a Selic em 1 ponto percentual, a 10,25%. No boletim Focus, os especialistas já haviam alterado a expectativa para o resultado da reunião de julho antes da decisão da última quarta-feira. Eles agora mantiveram as contas. Permanece também a perspectiva de que a taxa terminará a 8,5%, tanto em 2017 quanto em 2018.
Aposta calibrada
O BC citou o cenário básico e o atual balanço de riscos para dizer que entende que uma redução moderada do ritmo de afrouxamento monetário, em relação ao adotado na semana passada, deve ser adequado na próxima reunião.
Os economistas esperam agora a divulgação da ata da última reunião, na terça-feira, para calibrar as apostas. Na sexta-feira, o mercado de juros futuros precificava ajustes quase divididos de uma redução de 0,75 ponto e 0,50 ponto.
Já o Top-5, grupo que reúne aqueles que mais acertam as projeções, voltou a reduzir a expectativa para a Selic este ano. Prevê que fique em 8,38% de 8,63%, na mediana das projeções de médio prazo. Para 2018, eles continuam vendo a taxa básica de juros a 8%.
Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida. Isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais em conta, com incentivo à produção e ao consumo. Reduz-se, desta forma, o controle sobre a inflação. Alguns economistas, no entanto, definem a aplicação dos juros sob outros prismas, diferentes da linha neoliberal adotada pela atual esquipe econômica.
Aumento no PIB
Ainda segundo os analistas do mercado financeiro, o crescimento econômico chegará a 0,5% em 2017. Na semana passada, a estimativa das instituições financeiras para o crescimento do PIB tinha caído para 0,49%, sob efeito da crise política. A projeção para a expansão do PIB em 2018 caiu de 2,48% para 2,40%.
A estimativa para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de 3,95% para 3,90%. Para 2018, a estimativa permaneceu em 4,40%.