Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Rio: Forças Armadas e polícia escoltam caminhões de alimentos

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Terça, 29 de Maio de 2018 às 08:00, por: CdB

Os veículos começaram a deixar a serra Fuminense a partir da meia-noite e meia. Os caminhões se deslocaram da RJ-130 para vários locais da cidade, principalmente para a unidade de Irajá, das Centrais de Abastecimento (Ceasa) do Estado

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro: Uma força-tarefa envolvendo militares, policiais rodoviários federais e policiais militares fizeram uma operação, na madrugada desta terça-feira, para escoltar 300 caminhões com alimentos perecíveis. Os produtos saíram da região serrana Fluminense para a cidade do Rio de Janeiro.
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Verduras e legumes chegam no Ceasa, no Rio, após a circulação de caminhões começar a voltar ao normal

Os veículos

Os veículos começaram a deixar a serra Fluminense a partir da meia-noite e meia. Os caminhões se deslocaram da RJ-130 para vários locais da cidade; principalmente para a unidade de Irajá, das Centrais de Abastecimento (Ceasa) do Estado. Na última semana, a Ceasa de Irajá, principal central de abastecimento de alimentos da cidade do Rio; sentiu o impacto da paralisação dos caminhoneiros, que reduziu o abastecimento de alimentos e provocou alta de preços de vários produtos. Na segunda-feira, 90% das lojas da Ceasa não abriram as portas, devido à falta de alimentos.

Desconto no diesel e no pedágio

A maior concentração de caminhoneiros no estado do Rio de Janeiro; às margens da BR-116, no trecho da Rodovia Presidente Dutra, no município de Seropédica, parece não ceder à proposta de acordo do governo e aos apelos de suas próprias entidades de classe. No emaranhado de caminhões, em um grande pátio de um posto de combustíveis; todos os motoristas ouvidos pela reportagem da Agência Brasil na segunda-feira demonstraram não estarem totalmente atendidos em suas reivindicações. As principais demandas, repetidas por quase todos, é um maior desconto no óleo diesel; além dos R$ 0,46 dado pelo governo, e por um período maior, de seis meses a um ano, e não por apenas 60 dias; e a garantia de um preço mínimo no chamado frete de retorno. Também reclamaram muito do valor do pedágio cobrado nas estradas, que chega a representar 10% do valor do frete. Na noite de domingo, o governo federal anunciou uma redução de R$ 0,46 por litro do óleo diesel por 60 dias. O governo também concordou em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país; além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário. Antônio Marcos da Silva, conhecido no local como Mosquito; diz que é contra voltar ao trabalho: “Se parar a greve agora, como está, será uma derrota. Porque não alcançamos o que queríamos”.

Motoristas

Irmão de mosquito e também caminhoneiro, João Paulo da Silva; o Pórvoa, estava convicto de que poderia resistir quantos dias fossem necessários para conseguir os objetivos. “Nós não vamos desistir. Se for preciso, ficaremos mais 15 dias”, afirmou ele, enquanto lavava a louça do almoço; embaixo de uma lona, ao lado do caminhão, onde conversavam mais quatro motoristas. – A nossa categoria vai ganhar ainda mais força. Pois nunca houve um movimento como este, com tanta união. Antes havia muita divisão – disse Luis Fernando Cardoso, o Bigode. “Agora somos como uma família”, completou Mosquito.

Frete e pedágio

A questão da tabela mínima de frete é referente ao valor pago pelas empresas aos caminhoneiros na viagem de retorno; que é sempre menor do que o valor pago na ida. Os motoristas querem um valor maior na viagem de volta, pois acham injusto ganhar menos transportando outras cargas no retorno, se a quilometragem é a mesma. Já o alto valor do pedágio é reclamação unânime entre os grevistas. “O preço do pedágio tem que entrar no debate. Eu rodo uns 10 mil quilômetros por mês e pago R$ 5 mil de pedágio. De Santa Catarina ao Rio de Janeiro, por exemplo; dá cerca de R$ 500”, protestou o catarinense Fernando dos Santos. Um dos motoristas mais antigos do grupo, que só de estrada tinha 39 anos, é João de Souza. Em toda sua vida como caminhoneiro, ele confessa que jamais presenciou uma crise como esta. “Este período é um dos piores da minha vida. Criei três filhos dirigindo caminhão. Um deles também virou motorista. Para a gente voltar à estrada, tem que baixar mais o valor do pedágio e reduzir o preço do diesel por seis meses pelo menos”, disse o veterano, que viajava na companhia da esposa, quando começou a greve, e ambos ficaram na beira da estrada. – Porque tem hora a gente termina a viagem e não sobra nada para nós. Basta estragar o caminhão ou estourar um pneu, que o frete vai embora – completou.
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