O Estádio do Maracanã foi palco nesta quinta-feira da destruição simbólica de um milhão de CDs, DVDs e fitas VHS piratas apreendidos pela polícia do Estado do Rio. Parte do material, que chegou ao estádio em três caminhões, foi parcialmente destruída por uma serra elétrica à beira do gramado.
Segundo a polícia fluminense, o Rio de Janeiro é o terceiro Estado que mais consome produtos falsificados no Brasil e São Paulo o maior pólo distribuidor da mercadoria.
Todo o material destruído, a maioria CDs de música apreendidos com ambulantes desde 2001, será vendido por cerca de R$ 20 mil a uma empresa de reciclagem que os transformará em cabides e chaveiros. O restante dos produtos que não foram danificados será levado para a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial da Polícia Civil fluminense para também serem destruídos.
No centro do gramado do Maracanã uma frase com letras enormes, formadas por CDs, pedia: "pirataria não". A cerimônia reuniu delegados federais, parlamentares, representantes de entidades que combatem a pirataria, secretários de governo do Rio e agentes da Interpol.
Por ter visibilidade mundial, o estádio foi considerado o local ideal.
- O ato simbólico representa a vontade de combater esse crime. Temos que atuar nas fronteiras, cidades e atacar a estrutura de quem produz e distribui essas mercadorias - disse o secretário de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba.
Titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, o delegado Marco Aurélio Ribeiro, informou que o Rio de Janeiro só perde para São Paulo e Bahia no consumo de produtos pirateados.
- Nossa principal porta de entrada são as rodovias e, hoje, São Paulo é o principal ponto distribuidor (no Brasil) depois do Paraguai.
Dados da Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD) mostram que 52% dos CDs de música no mercado são piratas.
No setor de softwares, o dano também é alto. A Associação Brasileira das Empresas de Softwares calcula em R$ 6 bilhões o prejuízo anual da indústria com a pirataria. Além disso, o governo deixaria de arrecadar R$ 1,4 bilhão em impostos nesse setor.
A cantora Alcione, que participou da cerimônia, se considera uma vítima da pirataria e diz que é preciso apelar ao público nos shows.
- A participação do povo é muito importante. Ele tem que pensar que comprando CD pirata está desempregando muita gente. Ano passado, eu deveria ter vendido 800 mil CDs, mas só vendi 300 mil - contou ela.
Interpol
Oficial da Interpol em Lyon (França) na área de crime contra propriedade intelectual John Newton disse que em junho deste ano o Rio sediará a I Semana Internacional de Combate à Pirataria. Na ocasião, policiais brasileiros civis e federais receberão treinamento de agentes da Interpol.
- Eles precisam entender como funciona a legislação (sobre pirataria) e como podem contar com a ajuda internacional.
Rio destrói um milhão de CDs, DVDs, e fitas VHS piratas
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Quinta, 20 de Janeiro de 2005 às 16:54, por: CdB