A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, saiu na quarta-feira em defesa do indicado do governo de George W. Bush para representar os EUA na ONU, John Bolton, acusado por um funcionário do Departamento de Estado de intimidar subordinados.
Os democratas buscaram usar as acusações contra Bolton, feitas durante uma audiência do Senado, para barrar sua nomeação. Atualmente Bolton é o principal diplomata dos Estados Unidos para o controle de armas.
Os republicanos, no entanto, não se sensibilizaram com as criticas e a indicação deve ser aprovada pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado e ratificada pelo plenário, dominado pelos republicanos.
Os democratas adiaram a votação no Comitê para a semana que vem na tentativa de ver divulgados documentos do Departamento de Estado relacionados às alegações de que Bolton teria tentado fazer com que analistas de segurança modificassem relatórios para que ele pudesse usá-los em um discurso.
"A votação será em algum momento da semana que vem. Ainda não temos as respostas do Departamento de Estado sobre alguns documentos", disse o principal senador democrata do Comitê, Joseph Biden, de Delaware.
Rice, que é chefe de Bolton e responsável por lidar com todos os funcionários do Departamento de Estado, elogiou o estilo de gerenciamento do indicado ao cargo na ONU e apelou pela rápida confirmação de seu nome.
Perguntada se Bolton abusava de seus subordinados, como foi dito na audiência, Rice disse a jornalistas: "É certamente não o John Bolton que eu conheço ou o que tantas outras pessoas conhecem. John Bolton tem sido um gerente e um diplomata muito efetivo."
"Ele tem muitas pessoas que trabalharam com ele, que são leais a ele e onde ele tirou o melhor de seu pessoal", acrescentou ela.
Na audiência de terça-feira no Senado, Carl Ford, que dirigiu o Conselho de Inteligência e Pesquisa do Departamento de Estado, descreveu Bolton como um encrenqueiro que tentou forçar um analista a modificar informações de inteligência sobre armas cubanas para que elas se encaixassem em um discurso que Bolton faria.