Reuniões do Partido Comunista da China começam em caráter sigiloso

A elite política do Partido Comunista da China iniciou, nesta segunda-feira, seu terceiro dia de reuniões em meio a um vácuo de informações que se estendeu, inclusive, ao jornal oficial do Partido, cujas primeiras páginas são dedicadas ao lançamento da primeira nave espacial chinesa tripulada.

A III Sessão Plenária do XVI Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCH) também foi ignorada pela Televisão Central da China (CCTV), o que foi interpretado pelos analistas chineses como um sinal de que não serão realizadas as esperadas mudanças na Constituição do país.

- Os líderes do Partido aprovarão a 'Teoria dos Três Representantes' lançada por Jiang Zemin, o que não supõe, de fato, nenhuma mudança significativa - avaliou Cao Siyuan, reformista político de Pequim.

Uma das mudanças mais esperadas é o apoio constitucional à classe empresarial e ao direito à proteção da propriedade privada, o que, segundo Cao, 'significará um passo importante para a liberalização da economia do país'.

O novo Governo, presidido por Hu Jintao, deverá considerar a reforma do sistema legal e judiciário para incentivar o investimento privado e a criação de empregos, em uma sociedade em contínua transformação.

As reuniões, que terminam na próxima terça-feira, serão concluídas com o aguardado anúncio das possíveis mudanças na Constituição, embora sua aprovação não vá acontecer antes de março de 2004 pelo Congresso Nacional Popular.

De acordo com a 'Teoria dos Três Representantes', o Partido Comunista seria responsável por dirigir e melhorar as forças produtivas do país, a cultura e os interesses fundamentais da maioria do povo chinês, a partir de uma idéia lançada por Jiang Zemin, nos moldes do que fizeram os líderes Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping.