Representantes do Incra, da Secretaria Estadual de Direitos Humanos e de movimentos sociais que lutam pela terra se reúnem nesta segunda-feira com o procurador-geral do Estado, Francisco Sales, para pedir agilidade na punição dos culpados pelo assassinato de dois trabalhadores rurais nos últimos quatro dias.
A reunião ocorreu às 16h, na sede do Ministério Público, no centro de Recife.
A superintendente do Incra em Pernambuco, Maria de Oliveira, voltou a defender a necessidade de instalação no estado de uma força-tarefa federal, para restabelecer a paz no campo.
- Vamos buscar na Justiça a segurança que os trabalhadores precisam - enfatizou.
O corpo do coordenador do MST, Antônio José dos Santos, de 50 anos, foi enterrado no final da tarde de domingo, no cemitério do município de Tacaimbó, a 169 quilômetros do Recife.
O agricultor, assassinado com 14 golpes de faca na cabeça e no tórax, retornava de uma comemoração pela imissão de posse da fazenda Malhada dos Cavalos, de 466 hectares, onde 45 famílias vivem acampadas.
Segundo o coordenador do MST, Almir Xavier, o crime foi encomendado já que Antônio Santos não tinha inimigos.
- Ele era a principal referência do movimento na região do Agreste - afirmou.
O outro agricultor assassinado, Anilton Martins, coordenador regional do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), foi alvejado por dois homens, com mais de dez tiros, em um posto de gasolina na quinta-feira, na cidade de Itaíba.
Há 15 dias, Martins denunciou ao Ministério Público que vinha sofrendo ameaças de morte há mais de dois anos.
O secretário de Justiça e Cidadania de Pernambuco, Elias Gomes, reconheceu que o risco foi subestimado e designou um delegado especial para acompanhar o caso.