Rio de Janeiro, 23 de Janeiro de 2025

Reunião da ONU discute comércio ilegal de pequenas armas

Arquivado em:
Segunda, 07 de Julho de 2003 às 14:37, por: CdB

Os países-membros da ONU se reuniram nesta segunda-feira pela primeira vez na sede da organização mundial, em Nova York, para revisar a aplicação do Programa de Ação para erradicação do comércio ilícito de armas pequenas e leves. O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, fez um chamado para que os esforços para deter este "flagelo global" que mata cerca de 60 pessoas a cada hora sejam intensifados. - É difícil exagerar a importância da implementação do Plano de Ação, que foi adotado há dois anos na primeira conferência sobre o tema - manifestou Annan em uma mensagem no início da reunião, que foi lida pelo subsecretário da ONU para Assuntos para o Desarmamento, Nobuyasu Abe. Esta primeira reunião bienal faz parte do processo de acompanhamento estabelecido na Conferência sobre o Comércio Ilícito de Armas Pequenas e Leves realizada em julho de 2001, na qual foi aprovado o Programa de Ação que os governos devem implementar. Este processo de acompanhamento, no qual os progressos do Programa de Ação são avaliados a cada dois anos, resultará em uma revisão da conferência antes de 2006. As estatísticas informam que, a cada ano, meio milhão de pessoas são assassinadas com armas pequenas e leves, 300.000 delas em zonas de conflito e 200.000 em fatos que ocorrem na vida cotidiana. O secretário-geral ressaltou que, embora sejam menores em termos de quantidade, não são menos palpáveis "as conseqüências amplas da proliferação de armas pequenas na exarcebação de conflitos, e também representam uma grave ameaça para as operações de paz, a distribuição de ajuda e o respeito à lei". No entanto, Annan demonstrou esperança na conquista de importantes avanços na aplicação do Programa de Ação nos próximos anos e que os resultados fiquem refletidos na próxima reunião, em 2005, e na conferência de revisão do plano, em 2006. O Programa de Ação estabelece a adoção de medidas nacionais, regionais e internacionais referentes à legislação sobre a fabricação, posse, armazenamento e comércio ilegal de armas pequenas. Além disso, o programa inclui medidas para tramitar a armazenagem e a destruição de armas apreendidas e identificar as rotas do comércio ilegal deste tipo de armamento. O Programa de Ação também faz um pedido aos Estados-membros para que cooperem no tema e realizem campanhas públicas de conscientização. Durante esta semana, as delegações governamentais trocarão informações sobre as iniciativas tomadas e debaterão as lições aprendidas no que se refere à coordenação de esforços entre as organizações estatais e regionais e a sociedade civil. A reunião também discutirá assuntos como os controles de exportação e importação de armamento pequeno, assim como o estabelecimento de estruturas nacionais e comissões para enfrentar as situações particulares nos distintos países. Segundo a embaixadora do Japão, Kuniko Inoguchi, que presidiu a reunião, o comércio ilícito destas armas movimenta um bilhão de dólares anuais, o que cria a necessidade da criação de "controles fortes" de combate à essa atividade.

Tags:
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo