A Pfizer, maior fabricante de medicamentos do mundo, informou nesta terça-feira que o lucro do primeiro trimestre despencou em relação ao mesmo período de 2004. O resultado foi atingido por encargos gerados com a suspensão das vendas do Bextra, droga para tratamento de artrite, e pela repatriação de lucros externos.
A Pfizer divulgou lucro de 301 milhões de dólares relativo ao primeiro trimestre deste ano, forte queda na comparação com os 2,33 bilhões de dólares registrados no mesmo período de 2004.
A previsão de lucro da Pfizer para 2005 é de queda de quase 7%. A empresa reafirmou, contudo, sua previsão de crescimento para 2006 e 2007.
- A Pfizer ainda diz que 2005 será um ano de transição e que o forte crescimento acontecerá em 2006 e 2007, portanto, seus ganhos relativamente fracos deste ano são imateriais - disse o analista da Cathay Financial, Sena Lund.
A Pfizer, empresa baseada em Nova York, registrou encargo de 2,19 bilhões de dólares no trimestre pela planejada repatriação, neste ano, de 28,3 bilhões de dólares em lucros obtidos no exterior e 766 milhões por custos com a suspensão do Bextra.
No início deste mês, a Pfizer concordou em interromper a venda do medicamento depois que órgãos reguladores dos EUA e Europa informaram que há riscos de sérios efeitos colaterais com o remédio, incluindo possível alergia cutânea fatal.
A companhia contava com o Bextra, que vendeu 1,3 bilhão de dólares em 2004, para impulsionar o lucro em um momento em que enfrenta acirrada competição com drogas genéricas e outros medicamentos.
O departamento de saúde dos Estados Unidos também pediu para a empresa colocar uma tarja preta nas embalagens do medicamento para artrite Celebrex. O produto é da mesma família de drogas Cox-2, presente no Bextra e no Vioxx, remédio da Merck tirado do mercado no ano passado por aumentar o risco de derrame e ataque cardíaco.
As vendas globais do Celebrex, um dos mais antigos motores de crescimento de lucro para a Pfizer, caíram 47% no primeiro trimestre, para 411 milhões de dólares. Enquanto isso, as vendas da droga Liptor, a mais vendida do mundo e usada no tratamento de colesterol, saltaram 23%, para 3,08 bilhões de dólares.
Apesar do possível recuo dos lucros este ano por causa de patentes que irão expirar e pelo declínio das vendas de seus medicamentos para artrite, a Pfizer reiterou as previsões anteriores de crescimento de dois dígitos nos lucros de 2006 e 2007, graças em grande parte a um agressivo corte de custos.
Resultado da Pfizer desaba com suspensão de venda de medicamento
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Terça, 19 de Abril de 2005 às 10:00, por: CdB