Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Restrições a calçados brasileiros continuam na Argentina

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Quarta, 11 de Outubro de 2006 às 14:29, por: CdB

O governo do presidente Néstor Kirchner pretende continuar aplicando restrições à entrada de calçados brasileiros no mercado argentino. Na terça-feira, a Ministra da Economia, Felisa Miceli, mostrou-se dura, descartou um eventual final de medida, e afirmou que as restrições para os setores "sensíveis" (entre eles calçados e eletrodomésticos da linha branca), permaneceriam.

No entanto, mostrou-se disposta a continuar o diálogo sobre as restrições. Nesta quarta-feira, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Ivan Ramalho, reuniu-se com o Secretário de Indústria e Comércio da Argentina, Miguel Peirano, para tentar avançar nas negociações.

Peirano não abre mão das restrições. Mas, segundo Ramalho, o secretário argentino propôs que os calçados brasileiros mantenham-se dentro da atual participação de 75% do total dos calçados importados pela Argentina.

- Isso seria um parâmetro para uma negociação da restrição - , afirmou Ramalho.

O presidente da Abicalçados, Heitor Klein, ao sair da reunião com os empresários argentinos, declarou com sorriso irônico que os empresários brasileiros iam embora "75% satisfeitos". Até o dia 30 de junho esteve um vigência um acordo que delimitava a presença dos calçados brasileiros no mercado argentino de 13,5 milhões de pares neste ano.

O acordo, denominado de "restrição voluntária", fechado em 2005, era a única opção que restava aos empresários brasileiros, sob a ameaça de um cenário de bloqueio total aos calçados brasileiros. O acordo deixou de existir, mas os argentinos querem renová-lo. Os empresários brasileiros se opõem. Os empresários brasileiros têm concordado em participar das negociações, mas sem fixar um novo acordo de limitação".

Embora a indústria argentina de calçados já tenha se recuperado da crise e aumentado sua produção, os empresários do setor, respaldados enfaticamente pelo governo Kirchner, alegam que é preciso limitar o volume de calçados Made in Brazil que podem entrar em território argentino, para evitar eventuais novas crises.

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