Os detalhes da resolução que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha querem que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) adote foram divulgados. Pela resolução, o Iraque tem sete dias para concordar com inspeções ilimitadas. A partir daí, será dado ao país 30 dias para detalhar todas as suas armas químicas, nucleares e biológicas, assim como seu programa balístico e de mísseis. Caso o país não concorde com os termos, ele poderá ser atacado com o respaldo da ONU. A divulgação do conteúdo da resolução veio horas depois de o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, voltar a desafiar o Conselho de Segurança da ONU sobre uma possível ação militar contra o Iraque. Bush afirmou que ou o conselho decide imediatamente uma resolução para o Iraque, ou "saia do caminho". Lobby Enquanto isso, os Estados Unidos realizam um esforço diplomático para consguir a adesão internacional em uma campanha contra o Iraque - campanha que ainda não tem o apoio de países como China, Rússia e França. Apesar do intenso lobby de Bush, na sexta-feira, o presidente da França Jacques Chirac disse por telefone a Bush que ele ainda se opõe a uma nova resolução da ONU. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha lançaram uma ofensiva diplomática pelo apoio da França, da Rússia e da China para um rascunho de uma resolução. Chirac voltou a afirmar que prefe um processo de duas etapas: a primeira com o retorno dos inspetores ao país, e a segunda autorizando o uso da força, somente se o Iraque falhar em colaborar. Chirac disse a Bush que a França apóia uma "resolução simples e firme, que mostre a determinação da comunidade internacional". O enviado especial da Secretaria de Estado americana, Marc Grossman, discutiu a questão iraquiana nesta sexta-feira com o Ministério das Relações Exteriores da França. A delegação conjunta americana e britânica estará neste sábado em Moscou, para discutir com o governo russo a possibilidade de uma nova resolução. Um oficial britânico também visitará Pequim, durante o fim de semana. Dúvidas O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov, voltou a mostrar dúvidas na sexta-feira sobre a política americana em relação ao Iraque. Ele declarou que "não há provas concretas de que Saddam Hussein esteja desenvolvendo armas de destruição em massa". Mas ele defendeu a volta imediata dos inspetores da ONU ao país. A China também reiterou sua posição contrária a um ataque ao Iraque, sem a autorização da ONU. O premiê chinês, Zhu Rongji, disse que "se as inspeções não forem realizadas, se não houver provas de que a produção de armas de destruição em massa exista e se a ONU não concordar com a intervenção militar ao Iraque, o ataque não pode acontecer". "Caso contrário, um ataque ao Iraque pode trazer conseqüências incalculáveis", afirmou. O rascunho da resolução proposta pela Grã-Bretanha e pelos Estados Unidos deve conter cláusulas que podem fornecer apoio legal para uma ação militar contra Bagdá. O líder iraquiano Saddam Hussein ofereceu readmitir os inspetores da ONU incondicionalmente no país, mas os Estados Unidos desconfiam da intenção. O secretário de Estado americano, Colin Powell, alertou que os Estados Unidos estariam dispostos a agir sem o consentimento da ONU e o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, chamou Saddam Hussein de "açougueiro, que tortura pessoas e as mata". Saddam Hussein O filho de Saddam, Uday, apareceu nesta sexta-feira na televisão iraquiana, desafiando os Estados Unidos. Enquanto isso, integrantes do Congresso dos Estados Unidos chegaram ao Iraque para avaliar a situação dos direitos humanos no país, solicitando que o Iraque permita a entrada "incondicional" dos inspetores de armas. "Nós viemos para cá porque não queremos a guerra", disse Jim McDermott, o representante democrata, que viaja com outros dois deputados democratas. Uma das mais fortes resistências internas a Bush vem do senador democ
Resolução dá 30 dias para o Iraque detalhar suas armas
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Sexta, 27 de Setembro de 2002 às 20:50, por: CdB