Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Relatório da ONU considera judeus e palestinos culpados pela morte de civis em Jenin

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Quinta, 01 de Agosto de 2002 às 08:56, por: CdB

Um relatório das Nações Unidas responsabiliza israelenses e palestinos pelas mortes de civis no campo de refugiados palestinos de Jenin, na Cisjordânia, em abril, segundo fontes diplomáticas. De acordo com essas informações, o documento, que deve ser divulgado nesta quinta-feira, não endossa a versão palestina de que o episódio tenha se resumido a um massacre de palestinos por forças israelenses. A pedido de países árabes, a ONU montou uma equipe para apurar o que havia acontecido no campo durante os 11 dias de ocupação israelense, período no qual a área ficou fechada à imprensa. Mas Israel se recusou a cooperar com as investigações, levando a ONU a abortar a missão. Os autores do relatório, portanto, produziram o documento sem ter visitado o campo. Os palestinos alegam que 500 civis foram mortos em Jenin, mas o relatório conclui que o número não pode ser verificado. A ONU diz ter encontrado evidências das mortes de 52 palestinos - metade deles civis e 23 soldados israelenses. Tropas israelenses atacaram Jenin no dia 3 de abril, dias depois de terem lançado uma grande ofensiva contra a Cisjordânia, em resposta a uma série de ataques suicidas em Israel. Segundo Israel, 28 atentados suicidas palestinos foram planejados e lançados de Jenin no período entre outubro de 2000 e abril de 2002. Israel é atacado no relatório por usar tanques, helicópteros e escavadeiras para atacar áreas povoadas.O documento ainda critica medidas restritivas impostas por israelenses, como toques de recolher e barreiras, que estariam deixando um quinto dos palestinos sem acesso a comida. A ONU também acusa Israel de desrespeitar a neutralidade de serviços médicos, citando casos de "ataque a ambulâncias" e "desrespeito de funcionários de agências humanitárias". De acordo com as fontes diplomáticas, o relatório conclui que tanto israelenses quanto palestinos colocaram civis em risco. O documento critica grupos palestinos por colocar militantes e equipamentos em áreas civis, o que violaria as leis internacionais. A ONU também condena autoridades palestinas por não evitar que grupos militantes lancem ataques contra civis. O conteúdo do relatório deve frustrar países árabes que esperavam poder usá-lo como base para a abertura de um processo de crime de guerra contra o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon. Israel e a Autoridade Palestina já receberam cópias do documento.

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