A Comissão Europeia disse que progresso suficiente foi alcançado depois; que os dois lados trabalharam noite adentro para colocar fim a um impasse
Por Redação, com Reuters - de Londres/Berlim:
O Reino Unido e a União Europeia chegaram a um acordo nesta sexta-feira para avançar as negociações sobre a saída britânica do bloco, conhecida como Brexit, para conversas sobre comércio e um período de transição, depois de concordarem com o esboço dos termos do divórcio, amenizando a pressão sobre a primeira-ministra britânica, Theresa May.
A Comissão Europeia disse que progresso suficiente foi alcançado depois; que os dois lados trabalharam noite adentro para colocar fim a um impasse sobre o status da fronteira irlandesa; que havia prejudicado a tentativa anterior de um acordo na última segunda-feira.
A Comissão deu o veredito por meio de um comunicado após intensas negociações; que resultaram em May pegando um voo logo cedo para Bruxelas para anunciar o acordo ao lado do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Relação
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, elogiou o acordo. Mas disse que Londres ainda precisa dar mais clareza sobre a nova relação com a UE após o Brexit.
– Todos sabemos que o rompimento é difícil, mas romper e construir uma nova relação é muito mais difícil – disse. “Muito tempo foi devotado a tarefa mais fácil e agora... temos de fato menos de um ano” para negociações; antes da saída britânica da UE em março de 2019.
Negociador da UE
O acordo de saída do Reino Unido da União Europeia precisa estar pronto até outubro do próximo ano; disse o negociador-chefe da UE para o Brexit, Michel Barnier, nesta sexta-feira; após Londres e os 27 Estados membros restantes concordarem em avançar com as negociações.
– Nós precisaremos ter a versão final do acordo de saída pronto ate outubro de 2018, em menos de um ano – disse Barnier em coletiva de imprensa.
Social-Democratas alemães
Uma integrante do alto escalão do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD, na sigla em alemão) disse que sua sigla iniciará na semana que vem conversas com os conservadores da chanceler Angela Merkel para formar um governo de coalizão, o que pode encerrar um impasse político na maior economia da Europa.
Na quinta-feira o SPD votou a favor do início das discussões com os conservadores; apesar de ter prometido anteriormente ir para a oposição por ter sofrido; em setembro, seu pior resultado eleitoral no pós-guerra.
As consultas entre Merkel, seu aliado bávaro Horst Seehofer e o líder do SPD, Martin Schulz; além dos líderes parlamentares dos três partidos, começará em Berlim na noite de quarta-feira.
O resultado das conversas continua em aberto, e uma “grande coalizão” entre o SPD e os conservadores não é algo certo; disse Andrea Nahles, líder parlamentar do SPD, à rádio Deutschlandfunk nesta sexta-feira.
– Não é mais nem menos do que ter conversas – afirmou Andrea.
– Não é automático que acabaremos em uma grande coalizão; pelo contrário, discussões duras são necessárias; e não sei em que os conservadores estão preparados para trabalhar conosco
Merkel, que comanda o país há 12 anos, espera que o SPD concorde com uma repetição da grande coalizão; que governou a Alemanha nos últimos quatro anos. Ela foi forçada a se voltar aos social-democratas depois; que tratativas com os ambientalistas dos Verdes e com os liberais do Partido dos Democratas Livres (FDP) a respeito de uma aliança tripartite fracassaram.
Seu bloco conservador saudou a decisão do SPD de iniciar conversas exploratórias. Mas as partes terão que decidir mais tarde se avançam para negociações propriamente ditas de uma coalizão.
Uma maioria de 70 % dos alemães acredita na formação de uma grande coalizão, como revelou uma pesquisa do instituto Forsa para a emissora ZDF nesta sexta-feira.
Pesquisa
A sondagem mostrou que quase metade dos alemães ( 47 % ) ficariam satisfeitos com tal aliança. Cerca de um terço ( 36 % ) desaprova outra aliança conservadora; que faria da sigla de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) o maior partido da oposição.
O SPD ganhou 2 pontos na pesquisa Forsa, chegando a 23%; e os conservadores recuaram 1 ponto, ficando com 32 % das preferências. Os dois campos viram sua parcela de votos encolher na votação de setembro; complicando a aritmética para a formação de um novo governo. A “grande coalizão” existente antes das eleições segue como governo interino.