Reino Unido começa a bombardear EI na Síria

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Publicado quinta-feira, 3 de dezembro de 2015 as 11:13, por: CdB

Por Redação, com agências internacionais – de Londres/Beirute:
Depois de o Parlamento em Londres ter aprovado o início da controversa campanha militar, a Força Aérea britânica começou na madrugada desta quinta-feira a bombardear posições do “Estado Islâmico” na Síria.
Segundo o Ministério da Defesa, quatro caças Tornado decolaram de uma base britânica no Chipre e realizaram ataques contra o campo de petróleo de Omar, perto da cidade de Deir ez-Zor, no leste da Síria. Ainda não há detalhes sobre o resultado da operação.

Horas após aprovação do Parlamento em Londres, caças britânicos decolam do Chipre e bombardeiam posições da organização terrorista no leste sírio
Horas após aprovação do Parlamento em Londres, caças britânicos decolam do Chipre e bombardeiam posições da organização terrorista no leste sírio

A aprovação dos ataques na Síria, o Reino Unido já vinha bombardeando o “Estado Islâmico” no Iraque, ocorreu após mais de dez horas de tenso debate, em que os parlamentares votaram a favor da operação por 397 a 223.
O tema dividiu os britânicos. Muitos estão receosos de serem arrastados para uma nova guerra no Oriente Médio, e veem a intervenção ocidental no Iraque e na Líbia como uma falha que semeou o caos e tornou a região terreno fértil para o terrorismo.
Mas os atentados de 13 de Novembro em Paris, que mataram 130 pessoas, endureceram a determinação de alguns parlamentares e dividiram o opositor Partido Trabalhista, que convenceu o primeiro-ministro David Cameron de que ele poderia obter apoio legislativo para levar os bombardeios além do Iraque.
– O Reino Unido é hoje mais seguro por causa da decisão tomada pela Câmara – disse o ministro do Exterior britânico, Philip Hammond, após a votação.
Obama comemora apoio
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, contrário aos ataques, concedeu liberdade de voto a seus parlamentares diante da divisão interna em sua legenda e da possibilidade que alguns integrantes de sua equipe renunciassem, caso fossem obrigados a apoiar a linha estabelecida pela direção do partido.
Foi a segunda vez que Cameron pediu permissão ao Parlamento para realizar ataques na Síria. Em agosto de 2013, a rebelião de 30 deputados conservadores o impedira de levar adiante um plano para intervir contra o regime de Bashar al-Assad.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comemorou a decisão do Parlamento britânico: “Dou as boas-vindas à votação do Reino Unido para se unir aos parceiros da coalizão e bombardear alvos do EI na Síria. A relação especial entre EUA e Reino Unido se baseia em nossos valores compartilhados e o compromisso mútuo com a paz, a prosperidade e a segurança.”
O Reino Unido realiza bombardeios desde setembro de 2014 contra alvos do “Estado Islâmico” no Iraque, mas vinha se limitando até agora a colaborar com operações de inteligência e logística na Síria.
Vídeo do Estado Islâmico
Um vídeo divulgado na Internet na quarta-feira pelo Estado Islâmico mostrou supostamente a decapitação de um homem que o grupo disse ser um espião russo que os seus combatentes capturaram e que estava na Síria e no Iraque desde o ano passado, relatou o grupo de monitoramento SITE.
O vídeo mostra um homem sentado, vestindo um macacão laranja e dando detalhes sobre o seu aparente recrutamento pelos serviços de inteligência russos.
Depois, numa locação externa, um combatente do Estado Islâmico, que em russo ameaça atacar a Rússia e o presidente Vladimir Putin, parece cortar a garganta do homem e cortar a sua cabeça.
Essa parece ser a primeira declaração do grupo sobre ter um prisioneiro russo. Moscou não relatou nenhuma captura de um cidadão seu pelo Estado Islâmico.
A equipe de reportagem da agência inglesa de notícias Reuters não teve como imediatamente verificar a autenticidade do vídeo.
O grupo SITE disse que o vídeo era da província de Raqqa, reduto do Estado Islâmico, no norte da Síria.
O serviço de segurança russo, o FSB, não quis comentar. Não houve comentários imediatos do Ministério do Exterior do país.
O Estado Islâmico já decapitou um número desconhecido de reféns em vários vídeos, tanto prisioneiros ocidentais quanto pessoas do Oriente Médio, incluindo soldados lutando contra o grupo e muçulmanos que rejeitaram a sua interpretação estrita do Islã.