Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Rebeldes reocupam estradas estratégicas da Libéria

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Quinta, 17 de Julho de 2003 às 14:50, por: CdB

O principal grupo rebelde da Libéria, o Liberianos Unidos pela Reconciliação e pela Democracia (Lurd), tomou de novo um estratégico cruzamento de estradas do país, desde que lançou há dois meses ofensivas contra sua capital, a Monróvia.

Porta-vozes militares liberianos manifestaram nesta quinta-feira sua preocupação com o avanço do Lurd até o cruzamento de estradas de Klay, 35 quilômetros a norte da cidade, onde as forças governamentais e os rebeldes trocaram tiros ontem, violando a trégua em vigor.

As fontes do Exército admitiram que Klay ficou sob o controle dos guerrilheiros, embora tenham dito que os efetivos governamentais não abandonaram a zona.

O ministro liberiano de Defesa, Daniel Chea, disse que não está claro se o Lurd se apoderou de Klay para controlar o acesso por terra de Serra Leoa à capital liberiana ou se para lançar uma nova ofensiva contra Monróvia e controlar mais territórios antes da cheguada ao país dos observadores da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao).

Porta-vozes do movimento rebelde negaram que suas intenções sejam avançar para a capital liberiana e que tomaram a localidade depois que seus efetivos foram atacados pelas tropas governamentais.

Chea afirmou, no entanto, que o Lurd e o Movimento para a Democracia na Libéria (Model), o segundo maior grupo rebelde liberiano, "estão tentando quebrar o cessar-fogo", mas que o Governo decidiu ignorar as provocações e não lançará um contra-ofensiva.

- Não estamos interessados em ganhar território, queremos que a força de paz (da Cedeao) chegue a nosso país - afirmou o ministro liberiano.

A Libéria está imersa em um conflito civil desde 1999, quando o Lurd decidiu derrubar o governo do presidente liberiano, Charles Taylor.

O regime de Taylor está sujeito a sanções da ONU por seu tráfico de armas e diamantes. Além disso, o próprio presidente da Libéria é está procurado pelo Tribunal Especial para Serra Leoa por crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos durante sua suposta colaboração com os rebeldes leoneses na guerra nesse país.

Taylor, que aceitou renunciar e exilar-se na Nigéria, assumiu o governo depois de vencer nas eleições de julho de 1997, convocadas após uma sangrenta guerra civil lançada sete anos antes por sua Frente Patriótica Nacional da Libéria (FPNL).

Para abandonar o país, o governante liberiano exige que primeiro seja efetuado o deslocamento de 5.000 efetivos da força de paz multinacional, dos quais 3.000 serão da Cedeao e o restante dos Estados Unidos e de outros países, incluindo África do Sul e Marrocos.

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