O clima na Casa de Passagem de Vila Velha, no Espírito Santo, continuou tenso nesta sexta-feira. Os detentos, que deflagaram uma rebelião na tarde de quarta-feira, agrediram um refém e ameaçaram jogar um preso do prédio, no início da manhã.
Por volta das 8h, quando as negociações foram retomadas, os rebelados deixaram um preso pendurado por uma corda, por aproximadamente 10 minutos. Seis reféns permanecem na unidade. Um deles foi agredido com uma paulada.
<b>Rebelião</b>
Por volta das 17h30 de quinta (15), uma mulher de 68 que estava entre os reféns foi libertada pelos presos. Ela fazia parte de um grupo de cinco religiosos que estavam na cadeia quando a rebelião começou. O restante do grupo, além de uma assistente social e um agente penitenciário permanecem como reféns.
No primeiro dia de motim, um preso foi morto. José Humberto de Alencar, 46, conhecido como Ceará, morreu queimado por seus colegas de cela. Ele havia sido condenado a seis anos e seis meses de prisão por estelionato. Seu corpo foi retirado do presídio e levado para o IML (Instituto Médico Legal) da região.
<b>Reivindicações</b>
Os presos pedem a transferência de cinco detentos que foram levados da Casa de Passagem para uma carceragem da Polícia Federal. Entre eles está José Antonio Marim, conhecido como Toninho Pavão, flagrado em escutas telefônicas ordenando a execução de um rival de dentro da prisão.
De acordo com a Secretaria da Justiça, o juiz Marcelo Soares Cunha, da 2ª Vara Criminal do município de Viana, prometeu avaliar a viabilidade da exigência dos presos. Os detentos também exigem a análise de seus processos e mudanças de alimentação.
A Casa de Passagem abriga cerca 700 pessoas e está localizada em um complexo penitenciário que abriga outras carceragens.